Aprendizagem e Empregabilidade
“O trabalho dignifica o homem”. A famosa frase do jornalista e filósofo norte-americano Benjamin Franklin (1706-1790) expressa a importância do trabalho para a construção de um indivíduo digno.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, por sua vez, traz expressamente: “Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego”.
Já a Constituição Federal, em seu artigo 7ª, revela os direitos constitucionais e indisponíveis, regulamentados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
A meu ver, sem o trabalho, não há inclusão social. E portanto, a aprendizagem profissional prevista em nosso ordenamento jurídico e desenvolvida por importantes entidades representa uma importante estratégia, em nosso desigual Brasil, para combater o desemprego entre os jovens. Desta feita, e em razão do atual cenário de desemprego, há que ser pensada com ainda mais atenção pelos nossos governantes, como política pública capaz de desenvolver os nossos jovens pessoal e profissionalmente, garantindo a geração de emprego e renda.
Programas de aprendizagem, como o do Centro de Aprendizagem e Mobilização Profissional e Social – CAMPS SANTOS, são alternativas capazes de transformar a vida dos jovens e seus familiares, retirando-os dos programas assistencialistas governamentais e dando uma perspectiva de um futuro melhor.
Muito antes de existir a Lei da Aprendizagem, criada em 2000, e com o intuito de auxiliar os menores de idade a ingressarem, ainda sem qualquer experiência, ao mercado de trabalho, sem prejudicar evidentemente os estudos e atrapalhar a formação juvenil, o CAMPS SANTOS já exercia esse importante papel na Baixada Santista.
Fundado em 30 de novembro de 1967, em Santos, Estado de São Paulo, a instituição sem fins lucrativos é responsável pela formação e inclusão de jovens em situação de vulnerabilidade social ao tão sonhado mercado de trabalho. Ao longo de 5 décadas, o Centro de Aprendizagem recebeu cerca de 120 mil jovens, alguns dos quais se tornaram empresários, políticos, servidores públicos e administradores renomados e reconhecidos em nossa região.
Mas é verdade que o mundo está em constante evolução. E o aprendizado deve ser também constante, em se tratando da vida do profissional neste novo momento, em uma economia globalizada, o que tem sido amplamente discutido após esse período da pandemia, que acelerou a transformação digital nas relações trabalhistas. Deste modo, assim como o mercado de trabalho, os projetos de aprendizagem também precisaram se adequar aos novos tempos. A chegada de inovações tecnológicas e a busca por processos cada vez mais eficientes e enxutos nas empresas fazem com que o mercado busque profissionais além de competentes, atualizados e preparados para atuar nas organizações. As empresas, por sua vez, buscam perfis profissionais não apenas com melhor preparo para esse ambiente cada vez mais tecnológico, analisando também o aspecto emocional e o espírito empreendedor de cada indivíduo.
E um dos papéis mais importantes dos programas de aprendizagem, neste momento, é conseguir preparar esses jovens para serem inseridos no mercado de trabalho e, ainda, manterem sua empregabilidade após o período da aprendizagem, com a consequente manutenção da renda – muitas vezes é do Jovem Aprendiz que se advém a principal renda familiar. É também oferecer oportunidades para que estejam prontos, e tenham a capacidade de se adequar e acompanhar as mudanças no mercado de trabalho. Quanto mais adaptado o jovem profissional, maior sua empregabilidade.
Neste sentido, é de fundamental importância possibilitar aos jovens o desenvolvimento de competências e habilidades para inovar, lidar com as outras pessoas e liderar.
Na minha visão, para desenvolver e prosperar, as empresas e nossos governantes devem, cada vez mais, ter esse olhar. De nada adiantam políticas públicas assistencialistas, se o jovem não tem um emprego e não está preparado para acompanhar e se adequar ao mercado que é naturalmente dinâmico e tão competitivo. E, por essa razão, conclamo um olhar mais atento a essa questão tão importante para o nosso país, a empregabilidade dos nossos jovens.