sábado, 18 de janeiro de 2025
Dolar Com.
Euro Com.
Libra Com.
Yuan Com.
Opinião

Artigos

Luiz Dias Guimarães

Clique para ver mais

Articulista

Baba-ovo sem Fusca

Baba-ovo! Foi a primeira reação do meu alter ego. Que se dane. Peço licença apenas a quem importa, os leitores, em grande maioria executivos(as) bem sucedidos(as) do imenso universo da infraestrutura portuária deste Brasil. E, é claro, ao diretor deste jornal, o jornalista Leopoldo Figueiredo, sempre atento para o não personalismo. Vou babar ovo sim. Como a grande maioria dos que me lêem o fariam, estivessem na minha situação. Portanto, escrevo por todos(as) vocês que fazem jus, ou um dia farão, ao reconhecimento que faço agora.

Havia-me disposto a escrever nesta semana sobre o Fusca. Hã? Sim, o Fusca, que o pai de muita gente teve como seu primeiro carro. Li que uma empresa chinesa, sem autorização da Volkswagen nem do Itamar Franco, se é que ainda vive, reviveu o querido Besouro. E mais que isso: o Fusquinha agora é elétrico, cheio de comodidades, e está sendo fabricado especialmente para o público feminino chinês. Por isso já o estão chamando de ‘carro da Barbie’. Fato é que ficou lindo e confortável. 

Grande ironia. Enquanto a Volks, agora chinesa também, apresenta o protótipo de um veículo elétrico que podemos chamar de helicóptero, sem piloto, no admirável mundo novo, um concorrente resgata a minha história de vida. Afinal foi em um 68 que há 50 anos  desbravei a BR101 até Santa Catarina, num Carnaval, atrás de uma loirinha de olhos claros pela qual me apaixonara. Ah, que bravata, quantos sustos, quantos riscos,  percorrer centenas de quilômetros, sem qualquer ergonomia, numa estrada de mão dupla repleta de ônibus e caminhões. Felizmente sobrevivi e não falarei mais disso.

Ao assistir a abertura do Santos Export 2022 viajei no tempo sem Fusca.

Voltei a 2003, quando eu e Vitor de Souza convidamos meu jovem sobrinho, Fabrício Guimarães Julião,  que nos acompanhava em muitas empreitadas e desafios, a ser nosso sócio na criação da Una,  uma empresa de eventos. Ele me acompanhava desde os 14, na antiga empresa, produzindo muitas histórias como tirador de xerox em eventos e até ascensorista em cerimônia com o Maluf.

Foram muitos anos de muito trabalho, mas uma nova etapa estava à frente: nossos próprios eventos, autorais. Fabrício e eu idealizamos o Santos Export, nosso primeiro produto, dada a importância do tema. E saímos em busca de parceiros. De cara foi um sucesso.

Quase 20 anos depois, eu distante, à altura de meus 70 anos, convidado a escrever artigos para o BE News, retomo minha história de jornalista e me deparo com a 20ª. edição do Santos Export. 

Que Fusca, que nada! O tema é o sucesso desse menino-homem  e de todos que o acompanham! Tomou à frente vários desafios da vida, manteve a crença na importância da atividade portuária e lançou-se Brasil afora e adentro, com a pretensão de unir os players deste grandioso mercado que vai da produção à exportação da riqueza do Brasil.

Sua visão e seu esforço são hoje um case de sucesso nacional, eu sei. Mas o que quero destacar, se alguém ainda está me lendo, é a sacada ao vislumbrar que o sentido de tudo seria a reunião – e a união – dos principais líderes da ampla cadeia. Seria juntar concorrentes – não adversários – do esforço produtivo nacional. E juntando todos, abrir canais respeitosos e eficazes, com as maiores autoridades. Graças à rede de comunicação que criou, expõe hoje ao mundo a força produtiva de um imenso país.

Não é exagero. Fabrício, quando me relatou algumas viagens, disse da sua surpresa diante de tantos empreendimentos vultosos no campo e na costa que o Brasil não conhecia e mereciam ser mostrados. “Esse é o Brasil empreendedor que nós temos e muita gente não sabe”,  disse.

Ele tinha toda a razão. É admirável este novo universo brasileiro. É admirável quantos gestores e gestoras do agronegócio, do transporte, da exportação, embarcam não só a riqueza nacional mas acima de tudo a esperança de um país com toda a chance de ser protagonista  neste terceiro milênio. Centenas de líderes, técnicos, das áreas privada e pública.  CEOs que sonham e lutam por um futuro mundo melhor.

 Um mundo não para mim, nem tanto para o Fabrício, mas certamente para seus encantadores quatro filhos. Que talvez até venham a um dia sentir a sensação do que é andar num Fusca, bem melhor do que eu andei um tempo atrás, em busca de uma paixão em Santa Catarina.

Compartilhe:
TAGS brasil export eventos Fabrício Julião Santos Export setor portuário

Leia também