quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
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Opinião

Editorial

Crise hidroviária

Após sete meses parada, devido à crise hídrica, a Hidrovia Tietê-Paraná retomou suas atividades em 15 de março. Porém, 45 dias depois, suas operações ainda não foram totalmente reativadas. Reportagem publicada nesta edição do BE News destaca que, segundo levantamento do Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo, das 27 embarcações que atuam nos dois rios, apenas 13 estão trabalhando.

Segundo o órgão estadual, a situação só deve se normalizar integralmente em junho.

Este é mais um capítulo na difícil saga do modal hidroviário no Brasil, uma opção de transporte estratégica tanto do ponto de vista logístico, como em relação a custos e ao aspecto ambiental – analisando com base no volume de cargas transportadas, suas barcaças emitem menos gases do efeito estufa do que os trens e os caminhões. Mas apesar de suas vantagens e da oferta de vias navegáveis pelos rios do País, este modal continua sendo relegado a um terceiro plano, sem ser plenamente explorado.

A situação da Hidrovia Tietê-Paraná, uma das mais importantes do País, é um bom exemplo dos desafios enfrentados pelo transporte fluvial brasileiro. Faltam incentivos e políticas públicas que impulsionem essa atividade. E se eventuais crise hídricas são difíceis de serem impedidas, a gestão das águas das vias de navegação pode muito bem ser equacionada, com o setor de transporte sendo mais respeitado – tradicionalmente, ele é preterido ao energético, que acaba recebendo as águas dos rios para a geração de energia, deixando os trechos navegáveis sem a profundidade necessária para o deslocamento das barcaças.

Enfim, os obstáculos são vários e cabe às autoridades, tanto federais como estaduais, acordarem e passarem a cuidar de suas hidrovias. Essa crise tem de ter fim.

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