Debater propostas
Os eleitores se pronunciaram e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) vão disputar o segundo turno das eleições presidenciais, a ser realizado no próximo dia 30. Com 99,99% das urnas contabilizadas, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Lula teve 48,43% dos votos contabilizados (57.257.036) e Bolsonaro conseguiu 43,2%, (51.071.008). A diferença foi de 5,13 pontos percentuais, inferior aos mais de 12 pontos que eram indicados pela maioria das pesquisas de intenção de voto divulgadas nos últimos dias.
Agora, uma nova eleição começa e, nela, os destaques serão a negociação de novas alianças com partidos e candidatos que não chegaram ao segundo turno e, principalmente, uma melhor exposição e um maior debate sobre propostas de governo. Durante o período que antecedeu o primeiro turno, em especial durante os debates, havia sempre uma grande expectativa se os candidatos iriam detalhar seus projetos, principalmente como esses seriam viabilizados diante das restrições orçamentárias e de uma economia ainda em recuperação. No caso do ex-presidente Lula, por exemplo, tais informações chegaram a ser o alvo específico de perguntas, que acabaram ficando sem respostas claras.
Agora, a situação é diferente. Há somente dois candidatos e o tempo será dedicado ao embate de ideias e programas, a explorar as estratégias de cada um e suas diferenças. Ataques pessoais e acusações devem ser evitados, deixando espaço para análises detalhadas e objetivas, sem fugas semânticas ou escapes oratórios.
Este é o momento de os candidatos terem foco em seus planos, explicá-los e esclarecer os caminhos que pretendem trilhar – e os preços que a sociedade terá de pagar – para que os objetivos sejam atingidos. E com essa transparência, o eleitor terá melhores condições de escolher qual o melhor candidato para o Brasil, qual o caminho ele quer percorrer.