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Opinião

Editorial

Definição o quanto antes

A Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba) informou nessa quinta-feira, dia 20 de julho, que Gilmara Temóteo assume interinamente a presidência da Autoridade Portuária.

Será a terceira pessoa só neste ano a ocupar o cargo mais alto da empresa pública que administra os portos de Salvador, Aratu-Candeias e Ilhéus. Nenhuma das outras Autoridades Portuárias que tiveram troca de presidente com a mudança de gestão no Governo Federal passou por situação parecida.

Gilmara substitui Ana Paula Calhau, que acabou destituída. Esta também vinha exercendo a função de forma interina desde fevereiro, quando foi anunciada a saída do vice-almirante Carlos Autran Amaral.

A maneira como as duas ascenderam é semelhante. Gilmara é a diretora de Gestão Administrativa e Financeira. Ana Paula foi diretora empresarial e de Relação com o Mercado. A diferença é que Ana já tem uma extensa folha de serviços prestados à Codeba, inclusive assumindo outras funções em gestões anteriores.

Gilmara, que chegou à Codeba há pouquíssimo tempo, assume a presidência “no susto”. Afinal, o executivo indicado para ocupar o cargo de forma definitiva, Antônio Carlos Tramm, ainda precisa resolver uma pendência jurídica. E pode ser que não consiga. O estatuto da companhia diz que o presidente precisa ter diploma de formação em curso superior.

Tramm não tem diploma. O que não o impediu, no entanto, de presidir a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM). Foi talvez por essa experiência que a deputada federal pela Bahia Lídice da Mata o indicou para o cargo mais alto da Autoridade Portuária. Aliás, Lídice é filiada ao PSB, mesmo partido do ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França. Mas ela já avisou que se Antônio Carlos Tramm não puder mesmo ser o presidente, indicará outro nome.

Agora, como Tramm ainda aguarda um parecer jurídico, pode ser que esse caso demore para ser resolvido. E essa indefinição, claro, não é boa para uma Autoridade Portuária que está cheia de planos para seus portos. Ana Paula Calhau chegou a falar de alguns deles durante o Nordeste Export, realizado em junho, na Paraíba, quando ainda era presidente. Citou, por exemplo, a dragagem da área pública e do Terminal de Contêineres de Salvador para chegar a 17 metros de profundidade.

Por outro lado, a Codeba deu sorte em ter Ana Paula e Gilmara em seu time. A agora ex-presidente interina deixa o cargo anunciando que a companhia fechou o primeiro semestre com um crescimento de 40% no faturamento em comparação com o mesmo período no ano passado.

Foram R$ 140.767.336 milhões arrecadados, número que representa 65,4% do total faturado em todo o ano anterior. 

Agora, Gilmara Temóteo assume o comando dessa Codeba saudável financeiramente. Algo que ela talvez nem imaginaria há cerca de um mês.

Como fora dito acima, ao contrário de Ana Paula, que já trabalhava há anos na empresa pública, Gilmara foi nomeada diretora no início de junho, pouco depois de ter deixado a presidência da Companhia Docas da Paraíba, cargo que exerceu desde 2015. E essa experiência será fundamental para a Autoridade Portuária da Bahia em meio a este momento tão turbulento.

Mas ainda que esteja em boas mãos, a Codeba precisa ter o seu destino definido o quanto antes.

 

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