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Silvia Santiago e Marcelo Sobreira

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Empresas Familiares em Portugal: mais um hidden value da economia local

Hidden value ou “valor oculto” é um dos termos utilizados para apresentar o potencial de geração de valor de uma companhia – geralmente uma empresa familiar, candidata à abertura de capital (IPO) na bolsa de valores –  aos futuros acionistas (investidores institucionais nacionais e internacionais). Por exemplo, uma linha de negócio pouco explorada com capacidade de ser potencializada após o IPO.

Um tema de interesse para consultores, auditores, advogados e, principalmente, empresários cientes da necessidade de perenizar a companhia, manter o controle, se profissionalizar e evitar o conflito de gerações das empresas familiares.

Recentemente, participamos do workshop “O poder regenerativo das empresas familiares”, organizado pela Associação das Empresas Familiares (AEF) de Portugal e pela KPMG Portugal, na sede da universidade Nova SBE (School of Business and Economic), localizada em Carcavelos, região da grande Lisboa.

Na nossa opinião, foi um evento de altíssima qualidade e muito bem organizado pela equipe da sra. Marina Malhão-Pereira de Sá Borges, secretária-geral da AEF de Portugal, e que contou com mais de 150 participantes dos diferentes setores da economia portuguesa. A abertura foi realizada pelo professor da SBE sr. Daniel Traça.

A KPMG Portugal apresentou o estudo “Barômetro Global de Empresas Familiares 2022: O Poder Regenerativo das Empresas Familiares”, seguido da palestra “Empresas Familiares: desafios e oportunidades na actual conjuntura mundial, europeia e nacional”, proferida pelo sr. Paulo Portas, e do painel de debates moderado pelo sr. Luis Magalhães (KPMG Portugal), com três representantes de empresas familiares portuguesas: sra. Madalena Freire de Andrade da Nutrinveste (Grupo Sovena), sr. Alexandre Relvas, da empresa Logoplaste, e o sr. Manuel Champalimaud, do Grupo Manuel Champalimaud. O evento foi encerrado pelo sr. Pedro Siza Vieira.

As principais conclusões do estudo apresentado pela equipe da KPMG Portugal (integrada pela sra. Filipa Barreto e pela sra. Sandra Aguiar), relativos ao sucesso do desempenho empresarial, foi a combinação de dois fatores: forte capacidade empreendedora somado à influência positiva da família. Um estudo de grande interesse aos associados da AEF de Portugal.

Fundada em 1998, a AEF de Portugal é uma associação sem fins lucrativos que conta com mais de 350 associados, entre efetivos (325 empresas familiares) e assistentes (28 empresas de prestação de serviços), além de contar com várias áreas de atuação, com destaque para a Gestão & Empresas e a de Gestão de Patrimônio.

Recentemente, a associação criou outra área de atuação, chamada de “Next in Line”, que é representada pelas próximas gerações das empresas familiares associadas da AEF. Iniciado com 20 empresas, atualmente conta com mais de 70 representantes de diversos setores e tamanhos. 

Cerca de 65% do PIB português são gerados pelas empresas familiares. O debate apresentou cases de sucesso e os desafios enfrentados pelos empresários. Acreditamos que um dos principais desafios das empresas familiares de Portugal seja a forma de apresentar o potencial de crescimento do país e, com isso, aumentar a sua capacidade de atrair e reter profissionais portugueses e estrangeiros qualificados.

A AEF faz parte do European Family Businesses, que conta com associações de Empresas Familiares do Reino Unido e de diversos países da Comunidade Européia, a saber: Espanha, França, Alemanha e Itália.

Outro dado interessante diz respeito à representatividade na economia, onde as empresas familiares respondem por 50% dos empregos no país e por mais de 70% das empresas (os 30% restantes são de multinacionais ou empresas públicas).

Por fim, acreditamos que a cooperação entre o fórum Portugal Export e a Associação das Empresas Familiares convergem para uma agenda comum, no que diz respeito ao crescimento da geração de negócios entre Brasil e Portugal. 

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TAGS economia empresas familiares Portugal sucessão

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