Falar em público. Acredite, você pode!
“Aprenda a fazer o que deve ser feito e faça-o, mesmo que não queira fazê-lo.”
Dale Carnegie.
Autor de “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas”, (1936), um dos mais vendidos da história, influente até hoje.
(HÃ, HÃ): O coração acelera. As mãos transpiram. A garganta fecha. “Dá um branco”. A voz some.
(HÃ, HÃ): Alguém na audiência grita: GLOSSÓFOBO (de glossofobia, aversão às palavras, ou “medo de falar em público”).
(PFN): Paralisado, você se pergunta: “O que eu estou fazendo aqui?”
Calma. Você não está sozinho. O jornal britânico Sunday Times entrevistou três mil pessoas. Resultado: o maior medo de 41% delas é falar em público. Mais do que medo dos problemas financeiros, doenças e – pasmem – morte.
Outra pesquisa, realizada pelo Centro de Integração Empresa-Escola (o nosso CIEE), falou com 2 mil recrutadores. 32% afirmou ser relevante o candidato possuir habilidades de comunicação verbal e textual.
Há muita gente temerosa de fazer algo decisivo para o sucesso na carreira e na vida pessoal.
Vamos vencer esse medo?
Começaremos derrubando um mito: pessoas nascem com o dom de falar em público!
É verdade, mas, não são as únicas capazes de fazer apresentações eficazes. Carnegie diria: “O sucesso está em se preparar, trabalhar duro e aprender com o fracasso.”, ou treine, treine, treine.
Prepare-se considerando três aspectos: TEMA, PLATEIA e APRESENTADOR.
Primeiro, o TEMA (agora você entenderá as siglas nos parágrafos iniciais). É preciso conhecê-lo bem, ter conhecimento profundo do assunto, paixão, senão, por que você falaria sobre ele para um grupo de pessoas?
Conhecê-lo é necessário, mas não suficiente. Deve ser apresentado de forma organizada. A apresentação deve ter começo, meio e fim. Como? Organize-a em quatro etapas:
1) HÃ, HÃ! (como um pigarro) – uma, no máximo duas frases de efeito que chamem a atenção do público. Não precisam estar relacionadas ao tema sobre o qual vai falar. É melhor que não estejam. O objetivo é chamar a atenção. E, … nunca, nunca, comece pedindo desculpas por estar nervoso, ou por não estar preparado. Na selva e nas plateias, o medo é sentido de longe e não é perdoado;
(2) Por que falar nisso (PFN)? – De novo, uma frase, ou duas, que explicam (agora sim) a conexão entre o HÃ, HÃ e o assunto que será tratado em seguida. Essa etapa, tira a audiência da perplexidade e aponta para o assunto que será tratado em seguida. É a hora do: “Ahhh, …entendi…”.
É momento também de criar empatia, importantíssima para criar sinergia. Carnegie: “O sorriso é o cartão de visitas de uma pessoa, é como ela cumprimenta o mundo.”
- Desenvolvimento do Tema (DT) – aqui você dá o show. Mostra seu conhecimento sobre o assunto. Palavras bem colocadas, slides bem preparados. Mais imagens, menos texto. Infográficos, citações, ligados ao conteúdo, organizados de forma sequencial e lógica, que dê a você o conforto de manter a linha de raciocínio.
Pecado mortal dessa etapa: ler os slides de costas para a plateia. Eles sempre lerão mais rápido do que você consegue falar e, assim, deixarão de focar no Apresentador. Falar de costas para a audiência? Sem comentários. Sinal de desrespeito e de nervosismo ou falta de domínio do assunto.
- Conclusão – a parte mais importante. Todo o restante pode ser planejado antes ou consertado durante a apresentação, menos um final fraco, que deixe a assistência sair da sala sem saber por que entrou. Repasse com ela os pontos principais da apresentação ou reforce o que devem fazer ao sair da sala.
Vamos falar sobre PLATEIA? Temos que conhecê-la o máximo possível, com antecedência, para que o planejamento seja eficaz. Nas palavras de Carnegie: “A melhor maneira de convencer alguém é apelar para seus interesses.”.
Quem são, onde trabalham, sua faixa etária, são informações de valor, para definir a linguagem, porém, o fundamental é responder à pergunta: “Por que vieram me ouvir?”
Fará muita diferença interagir com a assistência. Fazê-la tornar-se parte da apresentação é certeza de sucesso. Regra de ouro: contar histórias. Adoramos enredos. Aguardar pelo próximo capítulo prende a atenção das pessoas. Inclua experiências pessoais, relacionadas ao tema, mesmo os casos de insucesso.
Cuidado: controle o tempo. Histórias tendem a alongar o tempo previsto. Terminar na hora marcada é uma forma de respeitar a audiência.
Por fim, a peça principal, VOCÊ, o APRESENTADOR:
- Respire (de preferência com o diafragma);
- Seja entusiasmado com o tema;
- Cuide da linguagem corporal. Ela “fala” mais do que a verbal;
- Cuidado com a aparência. O visual não pode destoar da plateia. Nem mais nem menos;
- Varie o tom de voz. Enfatize ou reduza a importância do que está dizendo;
- Não use termos vulgares ou que menosprezem o público;
- Mantenha contato visual. Distribua-o para que todos sintam-se igualmente atendidos;
- Falar com as mãos nos bolsos ajuda a controlar o nervosismo. Não é recomendado para iniciantes;
- Usar a “escuta ativa” modula o ritmo da apresentação, conforme as perguntas e reações do público;
- Use o humor, se você dominar a arte contar “causos”.
(CONCLUSÃO): Use todas as ferramentas que apresentamos acima, mas acima de tudo, seja sempre você mesmo. Sucesso!
Hudson Carvalho é Consultor em Gestão de Pessoas e Estratégia Empresarial, Diretor Executivo da Elabore Online – Resultados Através das Pessoas e Diretor da WISDOM – Gestão Organizacional (Desenvolvemos Pessoas e Processos) – Baixada Santista e ABCD