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Marcelo de Souza Sobreira

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Finanças Sustentáveis: um tema amplamente discutido em Portugal

 O Sustainable Finance (ou Finanças Sustentáveis) é um assunto debatido em vários fóruns de discussões do mercado português e o Portugal Export não poderia deixar de abordar um tema que é transversal ao Conselho ESG do Brasil Export e ao recém-criado fórum Singapore Export.

De acordo com a Comissão Europeia, as finanças sustentáveis “são entendidas como finanças destinadas a apoiar o crescimento econômico, reduzindo simultaneamente as pressões sobre o ambiente e considerando os aspectos sociais e de governança. As finanças sustentáveis também abrangem a transparência sobre os riscos relacionados com fatores de ESG que podem ter impacto no sistema financeiro, e a mitigação de tais riscos através de uma governança adequada dos atores financeiros e empresariais”.

Em Portugal, há um grupo de trabalho chamado BCSD (Business Council for Sustainable Development), que tem o objetivo de fomentar o conhecimento e a promoção das finanças sustentáveis. Trata-se de uma associação sem fins lucrativos que agrega e representa mais de 140 empresas que se comprometem ativamente com a transição para a sustentabilidade. Dentre os membros da BCSD Portugal, estão empresas portuguesas e multinacionais, instituições financeiras, empresas de auditoria e a Euronext Lisboa (bolsa de valores local).

A Euronext Lisboa debate o tema correlacionando com o futuro do mercado de capitais, promovendo o diálogo entre os agentes de mercado (emissores, bancos e investidores) e incentivando o aumento de produtos e soluções que incorporem fatores ambientais, sociais e de governança.

A primeira emissão de green bonds na Euronext Lisboa foi realizada em 2019 pelo Grupo Altri. O volume captado de 50 milhões de euros destinava-se a financiar os investimentos da SBM (Sociedade Bioelétrica do Mondego) na construção de uma nova central termoelétrica a biomassa na Figueira da Foz. A bolsa de valores portuguesa também considera as finanças sustentáveis como ponto central da sua estratégia para os próximos anos.

No mundo acadêmico, o ISEG – Lisbon School of Economic & Management (escola de negócios da universidade de Lisboa) foi pioneiro a lançar o programa executivo “Sustainable Finance: Green and Climate Finance”. A Nova SBE (outra universidade de renome da Europa) aborda o tema anualmente para mais de 150 alunos dos programas de mestrado. O curso conta com o apoio institucional do Ministério do Ambiente e Ação Climática e, também, faz parte da agenda dos reguladores locais.

A CMVM (equivalente à CVM no Brasil) estimula o debate e chama a atenção de que o greenwashing seria a ameaça mais séria à afirmação das finanças sustentáveis. O tema teve crescimento exponencial após a pandemia e foi impulsionado pelo aumento da consciência global para assuntos sociais e ambientais. Atualmente, a Europa responde por mais da metade das emissões de mercado de capitais, seguida pela América (20%) e pela Ásia (15%).

À medida que o mercado de títulos sustentáveis cresceu a partir de 2020, cabe destacar o potencial de expansão no Brasil e em Singapura. O nosso país tem todas as condições de se tornar líder global em finanças sustentáveis, sendo a riqueza ambiental uma das maiores vantagens competitivas apesar dos gargalos em infraestrutura.

Paralelamente, Singapura se consolida cada vez mais como um centro de referência em finanças verdes e sustentáveis da Ásia-Pacífico, visando apoiar a transição daquela região em direção a uma economia sustentável e de baixo carbono. O MAS (Monetary Authority of Singapore) prevê a criação de 20 mil vagas de trabalho nos próximos cinco anos.

Como podemos ver, o debate é recente e temos muito a aprender. Podemos, inclusive, fazer uma correlação entre as Finanças Sustentáveis e o “LifeLong Learning” – educação continuada para o desenvolvimento de competências e habilidades pessoal e profissional – mas deixamos para abordar esse outro tema em um novo artigo.

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TAGS Conselho ESG Finanças Sustentáveis Portugal Singapore Export

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