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Futuro chega ao Porto de Santos compartilhado com as cidades

Por Anderson Pomini
Presidente da Autoridade Portuária de Santos

 

O futuro chegou para o Porto de Santos. Faço esta afirmação porque, nestes 16 meses à frente da Autoridade Portuária, compreendi que o destino do maior equipamento de logística do Hemisfério Sul está ligado diretamente aos benefícios gerados para as pessoas que vivem nas cidades com relação direta com o Porto. Ou seja, os recordes, o sucesso e, principalmente, a expansão portuária, dependem da boa relação com as cidades do entorno e do empenho dos profissionais da empresa.    

A relação Porto-Cidades, agora reforçada pelo seu sentido plural, não será uma meta se não for vivida na prática, com ações concretas e cotidianas. Assim, Santos, Guarujá, Cubatão, Bertioga, e agora São Vicente, devem se sentir integradas ao Porto e viver os reflexos positivos de uma atividade tão importante e estratégica, que gera bilhões de reais em recursos para o País e para a região.

O impacto positivo mais marcante e visível desta nova relação está agora materializado na primeira fase do Parque Valongo, uma área de 15 mil m2, que estava abandonada há décadas, e que já recebeu mais de 200 mil visitantes, com picos de 30 mil pessoas/dia, desfrutando das áreas portuárias contemplativas, de entretenimento e convívio social.

Este resultado só foi possível pelo espírito público dos envolvidos, sejam dirigentes ou técnicos, que integram as equipes da Prefeitura de Santos, do Ministério Público de São Paulo, dos órgãos de controle, dos investidores privados, da Autoridade Portuária de Santos (APS), do Ministério de Portos e Aeroportos e demais órgãos do Governo Federal.  

Este mesmo espírito metropolitano e cidadão segue agora nas ações para viabilizar os outros 15 mil m2, entre os armazéns 1 ao 3, da segunda fase do Parque Valongo, uma atração turística de projeção nacional e internacional.

Mas há inúmeras ações em andamento nesta mesma linha, como o programa de zeladoria das áreas portuárias; nas avenidas perimetrais; o incremento das visitas ao Museu do Porto, que foi reaberto, bem como das visitas pelo canal de navegação; os patrocínios aos eventos regionais, entre outras.

Vale destacar a abertura dos portões da APS no aniversário do Porto, que contou com as inéditas presenças do presidente da República e do governador de São Paulo, além de ministros, autoridades, lideranças sindicais e da comunidade.  

O diálogo está viabilizando a tirada do papel do sonhado projeto da ligação seca, com quase um século de história, que passou a ser discutido em dezenas reuniões com todos os interessados, operadores, trabalhadores, técnicos, pesquisadores, categorias profissionais, moradores do Macuco, do Guarujá e todos os segmentos que serão beneficiados com o túnel Santos-Guarujá, uma das mais importantes obras do Governo Federal, em parceria com o Estado de São Paulo, um investimento de R$ 6 bilhões.

Esta postura, de abertura da APS, inclusive à boa política, resultou num olhar inédito do Governo Federal para o Porto de Santos, que receberá, nos próximos cinco anos, R$ 12 bilhões de recursos públicos em investimentos em infraestrutura, sem contar mais R$ 8 bilhões dos operadores privados.

São aportes que viabilizarão a dragagem para aumento do calado de 15 para 16 e depois 17 metros de profundidade; ampliação da Perimetral da Margem Esquerda, em Guarujá; implantação do VTMIS; a viabilização do túnel e tantas outras obras relacionadas ao caráter operacional do Porto, mas agora vistas pela comunidade regional e nacional, como também muito importantes para as cidades que abrigam este magnífico complexo.

Recebemos recentemente equipe de TV, que faz programa em rede nacional, interessada em registrar a valorização dos trabalhadores portuários, com abertura de vagas, tanto para os profissionais avulsos como para os vinculados aos terminais privados. Ou seja, quando as ações e investimentos se refletem na geração de empregos aos moradores das cidades portuárias, se concretiza, de fato, na sua gênese, a meta da relação Porto-Cidades, repito, no plural.

Além da expansão natural do Porto à Margem Esquerda, Guarujá já recebe obras para abrir seu centenário aeroporto aos voos comerciais. Serão incialmente duas linhas, uma para Brasília e outra para Congonhas. Guarujá vai ganhar, ainda, o Parque do Forte, incluindo a histórica Fortaleza de Itapema e os acessos viários ao túnel. 

Cubatão, que tem área na Poligonal, poderá ganhar o Parque das Aves, para preservar importante patrimônio ambiental da comunidade. São Vicente será incluída na Poligonal para abrigar atividades retroportuárias e hidroviárias que vão gerar muitos empregos. 

Bertioga, onde está a Usina de Itatinga, inaugurada há 114 anos, já é parceira da APS no programa de visitação da antiga Vila de Itatinga, que poderá abrigar, também, um projeto de geração de Hidrogênio Verde e de preservação e aproveitamento turístico de todo aquele trecho repleto de Mata Atlântica. 

Ah, e para os que ainda não se convenceram do sucesso do Porto de Santos, lembro que uma das três maiores armadoras do mundo, acaba de comprar um terminal de contêineres na margem esquerda. No site da companhia francesa, o Porto de Santos é qualificado como de Primeira Classe. A armadora se junta a outras gigantes que já contribuem para a crescente operação do nosso Porto, sempre em parceria com as cidades.

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