quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
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Gestão e inovação: o caminho para a evolução

Por Cristiano Klinger
Presidente da Portos RS



O modal aquaviário desempenha um papel fundamental na cadeia de suprimentos global, sendo no Brasil responsável por cerca de 95% do comércio exterior. Além disso, desempenha papel fundamental na garantia da competitividade e integração nacional, por meio do complexo e grandioso setor portuário, envolvendo empreendedores abnegados e motivados em desenvolver a atividade e o relacionamento com as mais diversas cargas e tecnologia abarcada.

Ao observarmos todo este cenário, bem como a necessidade dos rápidos avanços operacionais, deparamo-nos de maneira mais forte com as mudanças climáticas, as quais nos impõem uma rápida avaliação de nossas infraestruturas, operações, ações e investimentos de médio e longo prazo, em adequação a nova e impactante realidade.

O Rio Grande do Sul foi recentemente atingido por um desastre climático sem precedentes na história do Brasil, causando um impacto devastador em diversas áreas e regiões do estado. Este evento catastrófico desencadeou uma série de ações coordenadas e emergenciais, inicialmente focadas no salvamento e na proteção das vidas humanas ameaçadas. Posteriormente, os esforços se voltaram para a complexa e desafiadora tarefa de recuperação e reconstrução das comunidades afetadas. As autoridades locais, juntamente com organizações nacionais e internacionais, mobilizaram recursos significativos para mitigar os danos e restaurar a infraestrutura, com o objetivo de devolver à população um ambiente seguro e sustentável. Este episódio destacou a importância de estratégias eficazes de gestão de crises e de políticas públicas robustas para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.

Ao falarmos em gestão de crise, faço referência à teoria da administração, que nos aponta tecnicamente a necessidade de analisar as situações com dados e informações de modo que o processo da tomada de decisão seja planejado e haja monitoramento de sua execução, na proposição de se obter os resultados planejados, independente da área de que estamos tratando. Portanto, a prática da gestão técnica é fundamental para a evolução dos negócios e do desenvolvimento territorial sustentável. 

O desafio para a Portos RS não foi diferente.Tivemos um enfrentamento propositivo, norteado pela união e o engajamento das partes interessadas que se constituíram fundamentais para além de atravessarmos o pior, termos feito isso evoluindo nos processos sem deixar de cuidar das pessoas, do meio ambiente e dos negócios. A constância de propósito de toda a equipe, fez e faz a diferença na execução do nosso planejamento estratégico.

O investimento constante na melhoria da infraestrutura operacional, com o cuidado dos ativos como ponto fundamental na manutenção da atividade portuária, bem como obras de dragagens continuadas, as melhorias na infraestrutura operacional, os investimento em tecnologia e a modernização e automação de processos, nos trouxeram clareza para analisar situações adversas e tomar decisões acertadas.

Ainda em referência à catástrofe climática de maio deste ano, o Porto do Rio Grande se manteve operacional, com monitoramento constante e apoiado nos planos de emergência dos terminais arrendados e privados e dos operadores portuários, em pleno alinhamento de ações e dos cuidados necessários para a preservação de vidas, da segurança e do ecossistema.

Reforço, a partir de todo este movimento, que a boa gestão requer conhecimento técnico e informações precisas para o processo de tomada de decisão e a tecnologia vem para ser um facilitador diário nesses desafios. Dentro do setor portuário observamos algumas áreas com aplicação avançada de tecnologia e ainda gargalos e pontos para desenvolvermos.

Cito a evolução e aplicação do Porto Sem Papel – PSP, que já abrange as relações e interações com diversos agentes do setor, bem como o necessário desenvolvimento e implementação como política nacional do Sistema de monitoramento do tráfego portuário – VTS, como um sistema que trará segurança e confiança às operações portuárias, e do Port Comunity System – PCS, metodologia que no meu entendimento, transforma a relação, padroniza informações e desburocratiza o relacionamento na área portuária.

No entanto, para o sucesso e a concretização da implementação completa destes projetos passa por uma mudança cultural muito forte, além das mudanças de paradigmas estruturais do mercado e de órgãos reguladores. Sem a definição e o alinhamento da necessidade de mudança, de uma política setorial de convergência das informações e obrigações, ainda teremos dificuldades da plena implantação. É preciso integração e cooperação!

A melhoria contínua só é possível através de uma análise constante das ações e de ajustes de rota sempre que necessário. Um processo eficaz de avaliação das práticas, reitero, requer a integração e cooperação de todos os envolvidos.

A inovação e a tecnologia são pilares fundamentais no mapa estratégico da Portos RS e a aplicação desses conceitos de forma abrangente e em todos os níveis da organização têm sido essenciais, pois não há evolução e melhoria sem movimento e ações planejadas e coordenadas.

É preciso navegar com os instrumentos adequados, tanto por mares de águas calmas quanto nos mares mais revoltos!

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