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quarta, 03 de julho de 2024
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Marcelo de Souza Sobreira

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Hub de transporte, logística e comércio exterior 

Além de bons vinhos e dos diversos tipos de pratos de bacalhau – conhecidos e admirados pelos brasileiros – Portugal também deve ser reconhecida pela qualidade nos setores de transporte, logística, tecnologia e comércio exterior. Voltado para o Oceano Atlântico, o país tem a vocação para exportação de produtos nos diferentes modais (portos, rodovias e ferrovias) e,  quando se fala em logística e tecnologia, observa-se que se tornou um hub de inovação e empreendedorismo.

Neste artigo, compartilho minha experiência vivenciada, ao longo do ano, em agendas com empresários portugueses, brasileiros residentes em Portugal e no Brasil, representantes de associações de classe e executivos do setor portuário local. Foram diversas reuniões, webinars, visitas técnicas e eventos ligados ao setor de infraestrutura, transporte e tecnologia. Todos com o mesmo objetivo: gerar conexões, parcerias e alavancar negócios entre Brasil e Portugal.

Indubitavelmente, um dos locais que mais participei de reuniões e fóruns de discussões foram nos portos portugueses, notadamente os portos de Aveiro, Leixões, Lisboa, Setúbal e Sines. Todos os portos contribuem para o crescimento da economia lusitana, destacando por exemplo, a posição de Sines como “Top 15 dos maiores portos de containers da União Européia” e o reconhecimento do porto de Lisboa como “o melhor porto de cruzeiros da Europa”, pelo 9º ano.

Além disso, o porto de Aveiro foi palco de debates do seu novo terminal intermodal e do terminal ferroviário da plataforma logística de Salamanca, na Espanha. Em Leixões, o porto se destaca pela eficiência de sua infraestrutura portuária, sua posição geoestratégica e pela competitiva na cadeia de abastecimento da Península Ibérica. Ademais, Leixões detém um excelente centro de treinamento e simulador de Ponte de Navio, que permite o estudo de manobra e navegação, com diferentes condições meteorológicas e estados do mar. Já em Setúbal, ocorreu a visita ao porto e o fórum “A Intermodalidade no Porto de Setúbal” que contou com empresários e players do setor para discutir as melhorias, o futuro da cadeia logística e o crescimento do porto. 

A recente visita técnica realizada no Porto de Lisboa foi no mesmo dia em que o porto passou a ter um novo serviço semanal com o Brasil, ligando a Europa e o Mediterrâneo à América do Sul. Este novo serviço é operado conjuntamente pela COSCO, OOCL e ONE, através de oito navios com capacidade para 3000/4000 TEU. Em Portugal, a rota do serviço LUX passa pelo porto de Lisboa e, na América do Sul, o itinerário escala os portos brasileiros de Santos, Paranaguá, Itapoá e Rio de Janeiro.

A agenda comum de todos os portos é o cumprimento das metas de descarbonização, a modernização tecnológica dos serviços portuários e da segurança, e o aumento da digitalização de seus processos. Na minha opinião, toda essa dinâmica contribui com o aumento do comércio exterior do país e, com isso, favorece as empresas locais.

Diversos eventos foram organizados pelo WTC Lisboa e pela Associação das Empresas Familiares, e observei que, o fato de responderem por 65% do PIB nacional, 50% da geração de empregos e mais de 70% das empresas em Portugal serem familiares, evidencia sua importância no país. Muitas empresas portuguesas podem utilizar o mercado de capitais e estão preparadas para aumentar suas relações comerciais com o Brasil e a África, nas atividades de transporte, logística e tecnologia.

A existência de vários parques tecnológicos, congressos e feiras de negócios em Lisboa, Matosinhos, Aveiro e Coimbra, por exemplo, também materializam o interesse sobre o tema. Na Ásia, participei de várias edições do Singapore Fintech Festival e das conferências do Milken Institute que tratavam da importância da digitalização e sustentabilidade nos negócios. Aqui em Portugal, além de diversos eventos organizados pela Fintech House, estou entusiasmado em participar mais uma vez do Web Summit, maior evento de empreendedorismo e inovação que acontecerá no próximo mês, em Lisboa.

A capital portuguesa é também a sede do Hub Criativo Beato, um centro de inovação para empresas criativas e tecnológicas. Outros centros tecnológicos visitados pelos conselheiros do fórum Brasil Export foram: o CEiiA (Centro de Engenharia e Desenvolvimento) que fica em Matosinhos, e o Sines Tecnoplo que oferece consultoria, apoio e formação em inovação, empreendedorismo e desenvolvimento sustentável. Trata-se de centros tecnológicos que desenvolvem e operam novos produtos e serviços para indústria tecnologicamente avançadas (tais como mobilidade urbana, automotiva e aeronáutica) e reúnem startups portuguesas e estrangeiras.  

Portanto, aqueles que conhecem Portugal apenas como sinônimo de “vinho e bacalhau” está mais do que na hora de “aprimorar a leitura”, conhecer os hubs de inovação ou considerar o processo de internacionalização como uma opção para geração de negócios na Comunidade Européia. Para aqueles que já colhem os frutos existentes nas áreas de transporte, logística, tecnologia e comércio exterior: o céu é de brigadeiro e o mar, de oportunidades!

 

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