Itaqui e a consolidação das regiões Norte e Nordeste
O Porto de Itaqui (MA) tem registrado um aumento constante de suas operações no ano. Em agosto, bateu seu recorde com a movimentação de 3,5 milhões de toneladas. E no mês passado, esse volume foi superado. Em relação a setembro de 2021, o crescimento é de 27%. A expectativa é fechar o ano com 33 milhões de toneladas escoadas, uma alta entre 8% e 10% sobre os 31 milhões registrados no último ano.
Esses resultados se devem, principalmente, à expansão do agronegócio, que responde por boa parte das mercadorias que passam por Itaqui. Se na exportação, a ênfase é na soja e no milho, na importação, os destaques são os fertilizantes e os combustíveis.
Reportagem publicada nesta edição do BE News cita que, de janeiro a setembro, o complexo maranhense movimentou 25,9 milhões de toneladas, 6% a mais do que nos três primeiros trimestres de 2021. Apenas os granéis sólidos, que incluem soja e milho, tiveram uma alta de 16%. Já a carga geral obteve um aumento de 9%. Diante desses dados, é evidente a consolidação das regiões Norte e Nordeste para o escoamento das cargas agrícolas brasileiras. No primeiro semestre, por exemplo, os portos do Arco Amazônico responderam por 51% das exportações do agronegócio. E tal liderança não é aleatória, uma vez que a saída das cargas por essas regiões representa uma redução nas viagens até os países importadores de dois dias, com a respectiva queda do custo logístico.
Nota-se que esses resultados se tornaram possíveis graças a investimentos pontuais em rodovias, ferrovias e hidrovias. Mas muito mais ainda deve ser feito, principalmente em relação à infraestrutura hidroviária, que carece de obras de dragagem, especialmente para a conservação das profundidades, e de sinalização. E estas são ações que devem ser priorizadas, diante do papel que podem ter para o desenvolvimento do agronegócio e, como consequência, da economia brasileira.
Que as regiões Norte e Nordeste recebam as melhorias de infraestrutura demandadas para facilitar o escoamento das cargas. E que tais medidas não tardem. Estas são intervenções que não podem esperar, especialmente diante do quanto podem reduzir o custo logístico da produção brasileira e aumentar sua competitividade no mercado internacional.