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Hudson Carvalho

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Legado é agora! – A arte de marcar a vida e a carreira de quem está à nossa volta

Mesmo não estando mais entre nós há alguns anos, (meu pai) continua presente. Nos almoços de domingo, nos aniversários, suas histórias são recontadas com detalhes, por mim e por todos os que o conheceram. Havia uma frase que ele gostava, particularmente: “Filho, na vida você precisa ter pelo menos seis amigos”. E ria. Referia-se ao fato de que é necessária pelo menos essa quantidade de pessoas para carregar um caixão.

“Legado não é o que você deixa para as pessoas. Legado é o que você deixa nas pessoas.”

Deive Leonardo Martins, advogado, pastor, escritor e youtuber.

Meu pai era um “Forrest Gump brasileiro”. Verdadeiro contador de histórias. Quando vivo, minha mulher, Silvia, me perguntava com frequência: “Já ligou pro seu pai hoje?”. Minha resposta, invariavelmente, era: Mais tarde. Preciso de pelo menos duas horas livres para isso. E ele as usava.

Mesmo não estando mais entre nós há alguns anos, continua presente. Nos almoços de domingo, nos aniversários, suas histórias são recontadas com detalhes, por mim e por todos os que o conheceram. Havia uma frase que ele gostava, particularmente: “Filho, na vida você precisa ter pelo menos seis amigos”. E ria. Referia-se ao fato de que é necessária pelo menos essa quantidade de pessoas para carregar um caixão.

Nos dois dias de seu velório e funeral, passaram por lá mais de trezentas pessoas. E as histórias foram recontadas, com a mesma alegria com que ele as contaria.

Digo isso para confessar que a ideia de deixar um legado me acompanha todo o tempo: O que vai ficar de mim, quando eu não estiver mais aqui?

Confesso também que passei tempo demais importando-me com um efeito colateral desse ponto principal, que foi valorizar demais o que pensavam de mim e de minhas ações, a ponto de mudar o que originalmente faria, para agradar ao maior número possível de pessoas. Pura bobagem. Não sou, e nenhum de nós é, capaz de agradar, nem mesmo a maioria, quanto mais a todos. Minha vida ficou infinitamente mais fácil depois que eu reduzi muito a minha preocupação com isso.

Mas, como meu pai também dizia “Em cima do medo, coragem”, fui seguindo em frente e calibrando devagarinho esse ponto até ele chegar a seu tamanho adequado, ao que realmente importa, na carreira e na vida pessoal, que é mostrar o que eu tenho de diferente – só meu – e que os outros julguem que possam somar às suas próprias vidas e carreiras e, assim, ajudar a resolver seus problemas. O que as pessoas e empresas à minha volta realmente querem “comprar” é o meu verdadeiro Eu, resumo de minhas experiências – acertos e erros – não uma média que é aceitável no momento.

Só serei um “produto vendável”, no mercado que é a vida de verdade, como profissional, colega de trabalho, marido, pai, amigo, se mantiver a capacidade de ser eu mesmo, mais a competência de mostrar aos outros como isso aconteceu. Acrescente aí uma pitada de: sem arrogância ou de achar-se dono da verdade.

No fim, o real legado, o que toca o coração e alma das pessoas é o quanto somos capazes de inspirá-las a serem melhores no trabalho e em casa.

Para nós que gostamos de indicadores, os famosos KPI’s (Key Performance Indicator), uma boa medida de estarmos indo bem nessa caminhada é acertarmos no exercício diário que nos propõe Madre Teresa: “Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz”.

É grande, não?! Quem viveu ou estuda métodos de qualidade e otimização de processos vai gostar também de uma outra figura a qual, creio, caiba como forma de trabalhar esse aprimoramento no dia a dia: Kaizen, filosofia japonesa que acredita na melhoria contínua, onde tudo pode ser melhorado através de pequenos ajustes que se transformarão em grandes mudanças.

Outro aspecto fundamental de “ser eu mesmo” são as regras que você impõe a si mesmo. Crenças que são inabaláveis, mesmo que todo o restante à sua volta pareça ruir. No meu caso fui depurando, depurando e cheguei a três:

1) Acreditar em um Ser maior, que você pode chamar do nome que quiser, desde que entenda que há uma força maior que criou o que vemos. Fora dessa regra, ficamos sem origem. Quando digo isso a meus amigos, eles me contam a teoria do Big Bang. Eu pergunto de volta: Quem apertou o botão dessa explosão?

2) Acreditar no Amor, pois ainda não achei uma só coisa na vida – que valesse à pena – construída à partir do ódio;

3) Carpe Diem – Aproveite o Dia: não somos capazes de mudar o ontem, nem o amanhã. Só estamos vivos aqui e agora.

É um caminho difícil (quem falou que seria fácil?). As dúvidas aparecerão. Nessas horas, eu gosto de uma frase de G. K. Chesterton: “Certo é certo, mesmo que ninguém o faça. O errado é errado, mesmo que todos estejam fazendo”. Acredite: você sabe muito bem diferenciar o certo do errado.

Por fim, se você conseguir trilhar esse caminho, uma última frase do meu pai: “Que beleza!!!”

 

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