“Luz, câmera, … ação”. O que (e como) os filmes nos ensinam
“A arte imita a vida.”
Frase atribuída a Aristóteles
Drama ou Comédia? Com ou sem pipoca?
Cada um do seu jeito, todos gostamos de uma boa história. Se for bem contada, através de um filme de qualidade, ainda melhor. Nos cinemas, ou no streaming, no conforto de nossos lares, os filmes ajudam a reproduzir em nossos corações e mentes, as emoções que nós próprios já vivemos ou gostaríamos de viver.
É daí que vem essa conexão tão forte, somada ao fato de que os filmes trazem o pacote completo de estímulo às emoções. Cenários, paisagens, figurinos, diálogos bem elaborados e, acima de tudo, música.
É natural que seja assim, afinal, somos os únicos animais que possuem um sistema de linguagem estruturado em palavras, as quais usamos, de geração em geração, desde que adquirimos a capacidade de falar, para transmitir a nossa história, tradições, valores e regras. Constituições de grandes nações já foram concebidas assim.
Contar histórias é uma forma tão eficiente de transmitir informações e conhecimento que especialistas vem adotando uma técnica específica para aumentar ainda mais esse potencial, o storytelling, técnica que “conta histórias” de produtos, marcas e ideias de uma maneira que engaja e conecta o público, usando uma narrativa envolvente (quem de nós já sentiu-se motivado a comprar determinado produto depois de assistir uma propaganda?).
Há outros que usam partes dos próprios filmes para reforçar seus argumentos junto a sua audiência. Eu mesmo os uso e tenho meus preferidos.
Que maneira melhor de explicar sobre autoestima e resiliência do que usar o trecho em que Rocky Balboa, no sexto filme da franquia, explica esses conceitos a seu filho Robert:
“Você, eu, ninguém vai bater tão duro como a vida. Mas não se trata de bater duro. Se trata de quanto você aguenta apanhar e seguir em frente. O quanto você é capaz de aguentar e continuar tentando. É assim que se consegue vencer.
Agora se você sabe o seu valor, então vá atrás do que você merece. Mas tem que ter disposição para apanhar. E nada de apontar dedos, dizer que você não consegue por causa dele, dela ou de quem seja. Só covardes fazem isso e você não é covarde. Você é melhor do que isso!”
Amizade, redenção, coragem? Princípios e valores? Gosto de ouvir o Tenente Coronel Frank Slade defendendo seu pupilo Charlie, perante o Comitê Disciplinar da Baird School:
“Mesmo sendo cego, senhor, houve um tempo em que eu podia ver. E eu tive que ver meninos como esses quase crianças, amputados de um ou até dois de seus braços, mas não há nada tão cruel quanto um espírito amputado, não há prótese para isso.”
“Educadores de homens, criadores de líderes, tenham muito cuidado com o tipo de líderes que vocês produzem aqui.
Não sei se o silêncio de Charlie hoje é bom ou não. Eu não sou juiz ou júri.
Mas eu te digo isso: Ele não vai vender ninguém para comprar seu futuro!
E isso, meus amigos, é chamado de Integridade.”
Se o assunto é Espírito de Equipe vou – de novo – de Al Pacino, em “Um Domingo Qualquer”.
“Ou nos unimos agora (e vencemos, como uma equipe) ou morremos como indivíduos”. É parte do discurso intenso e cheio de energia que ele usa com seu Time no intervalo da Final do Super Bowl, enquanto estão perdendo a partida.
Mulheres de valor, em posições de relevância nas organizações, tema tão atual e importante, sugiro Estrelas Além do Tempo, no qual três mulheres enfrentam ao mesmo tempo racismo e machismo. Nesse caso recomendo o filme todo, mais que um trecho apenas.
Talvez, nenhum deles nos dê uma lição tão importante e profunda quanto The Bucket List (Antes de Partir), história em que Jack Nicholson e Morgan Freeman, o primeiro, um irritante e irritado milionário, o segundo um mecânico de classe média, rodam o mundo após fugirem de um hospital onde tratavam-se de um câncer terminal.
Não quero dar spoiler, mas não posso deixar de trazer para você a melhor parte da história. Freeman e Nicholson, no Egito, sentados no topo de uma das pirâmides. Freeman explica que os antigos Egípcios acreditavam que para entrar no Céu era preciso responder SIM à duas perguntas sobre como vivemos nossas vidas:
“Você foi feliz?” “Fez alguém feliz?”
Torço que consiga o seu duplo sim. Ainda há tempo.