quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
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Opinião

Editorial

Mercado de créditos de carbono, impulso à economia do Brasil

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou recentemente que irá financiar projetos de descarbonização. Para isso, liberou um total de R$ 100 milhões. A medida visa impulsionar o mercado de comercialização de créditos de carbono, além de incentivar padrões de qualidade na condução de projetos. Serão contemplados programas de reflorestamento, redução de emissões por desmatamento e degradação florestal, energia (biomassa e metano) e agricultura sustentável. 

Os projetos selecionados serão anunciados no início de novembro, informou o banco.

Esta não é a primeira ação do BNDES no mercado de créditos de carbono. Em maio deste ano, foi aberta uma linha para o financiamento de programas no valor total de R$ 10 milhões. A operação-piloto selecionou cinco projetos de conservação e de energia. 

Para o banco, tais iniciativas ajudam o País a cumprir as metas do Acordo de Paris, que prevê o equilíbrio entre emissão e remoção dos gases de efeito estufa da atmosfera até 2050. Para isso, o mercado voluntário de carbono precisa crescer mais de 15 vezes até 2030. Segundo o BNDES, a negociação dos créditos de carbono é uma maneira de as empresas e países alcançarem suas metas de descarbonização.

A ação de financiamento do BNDES é, certamente, um passo importante para melhor desenvolver projetos de descarbonização e, principalmente, o mercado de comercialização de créditos de carbono. Tal iniciativa é uma forma do órgão de fomento incentivar o mercado nessa direção. Mas, dada a importância da estratégia carbono zero para o meio ambiente e, em um ponto de vista pragmático, o potencial financeiro deste mercado, tal estratégia precisa ser ampliada, envolvendo outros agentes do Governo Federal. Ações nesse sentido devem passar a integrar as próprias políticas públicas. O apoio à descarbonização deve permear as várias políticas públicas, de modo que o mercado de créditos de carbono se torne, efetivamente, uma realidade. 

Em um país com tantas ações que reduzem a emissão de carbono, da produção de biocombustíveis e hidrogênio verde a planos de agricultura sustentável, o mercado de créditos de carbono pode representar um forte impulso à própria economia brasileira. E, dessa forma, não pode ser ignorado. Pelo contrário, deve ser estudado, ter seu potencial melhor analisado e explorado intensamente. Trata-se de uma estratégia com impactos positivos para a economia e para o meio ambiente. E são poucos os países que têm condições de adotar tal abordagem. Essa, sem dúvida, é uma oportunidade que o País, seus governantes e sua sociedade não podem ignorar.

 

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