Múltiplas dimensões
Cada dia é uma novidade que me faz rever como compreendemos a vida. Ficamos séculos e até milênios presos a concepções hoje absolutamente vencidas. As descobertas se sucedem e só não convencem os terraplanistas. Vejo que somos uma poeira cósmica, tal a dimensão do universo.
James Webb, cientistas e paleontólogos têm-nos surpreendido. E graças à velocidade da internet, vamos descobrindo novas verdades. Já sabemos que o tempo é apenas uma marcação. A luz do Sol leva 8 minutos e 20 segundos para chegar a nós. E a da estrela mais próxima, mais de um ano-luz. Se o sol se apagasse, levaríamos tempo para perceber. O que vemos não existe, já existiu. E o que veremos já acontece agora.
Cada planeta tem sua marcação de tempo, que depende do seu tamanho. O ano, para alguns, é várias vezes maior que o nosso. Milhões e bilhões de anos formam hoje a noção de História, numa perspectiva infinitamente maior do que aprendemos nos livros, de pouco antes do Cristianismo. Até que fomos revelando os dinossauros e tantas outras espécies.
Tudo é muito relativo e vai além. A primeira forma de vida aqui, nesta pequenina bola que habitamos, foi uma esponja. Agora descobriu-se que a água é alienígena. Sim, a Terra antes só tinha terra, até que chegaram moléculas de água e ela ocupou três quartos do planeta. Tanto quanto ocupa em nosso corpo. A água é que viabilizou a vida. Portanto, somos filhos das águas.
Quem somos nós e como conseguimos essa capacidade de pensar e ser no mais amplo sentido, isso sim é efetivamente o milagre original que atribuímos a Deus. Um deus diferente para cada cultura e cada crença. Mas hoje não há como negar a existência de uma Energia maior que tudo cria e tudo comanda. Como também que exista vida em outros planetas. Os ETs, com alguma forma, existem e ainda vamos entender como interferem em nossas vidas.
Sabemos que tudo é energia e é a dança desses elementos do átomo que move até nosso sentimento. Mas somos práticos e pragmáticos. A concretude de como enxergamos a existência e conduzimos nossos dias nos faz concentrarmo-nos em três elementos para sobreviver no futuro: água, sol e vento.
Diariamente testamos novas formas de produzir energia limpa, sem depender do petróleo e do carvão. A energia eólica e a fotovoltaica são promissoras. Já temos uma verdadeira indústria limpa no mundo. Mas aposto mesmo é na hídrica. A força das marés é imensa, não depende tanto do humor do vento e da exposição do Sol, apesar da interferência da Lua. Há hoje turbinas, algumas imensas, no fundo do mar, que já começam a trabalhar.
Começamos a voltar à origem. E os mares em particular, antes só visíveis na sua superfície por onde navegamos desde tempos primitivos, se escancaram às nossas vistas. Japoneses e britânicos se associaram para um desafio: descobrir em 10 anos 100 mil novas espécies marinhas. Hoje só conhecemos pouco mais de 10%, quando se sabe que existem cerca de 2 milhões de espécies.
Pois é, nosso mundo é cada vez mais apenas um grão nesse universo e nossa percepção uma poeira, reflexo de uma dimensão. Um dia tudo isso vai acabar. Há dias, conseguiram fotografar o momento em que um sol devorou um planeta. Isso vai acontecer conosco também, mas ainda levará muito tempo.
Quem sabe, neste momento, existam outros universos e outras vidas neste mesmo espaço que enxergamos e, quem sabe, esclareceremos coisas impalpáveis que agora nos intrigam. E aí, quem sabe, em alguma dessas outras dimensões, efetivamente a Terra seja plana.