O exemplo de Rio Grande
Um dos principais complexos marítimos do Sul do Brasil, Rio Grande prevê um aporte de R$ 9 bilhões em seu distrito industrial e na própria área portuária nos próximos anos. O capital virá, principalmente, da implantação de linhas de produção e beneficiamento nessa retroárea, o que impulsionará a movimentação de cargas na região. A projeção foi anunciada pelo presidente da Portos RS, Cristiano Klinger, durante apresentação realizada ontem a conselheiros do Sul Export, um dos fóruns regionais do Brasil Export. A Portos RS é a estatal do governo estadual responsável pela exploração das hidrovias e das instalações portuárias do Rio Grande do Sul.
Segundo Klinger, para impulsionar esse crescimento industrial, a Portos RS firmou um convênio com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Governo do Rio Grande do Sul. Com isso, obteve incentivos financeiros a esses empreendimentos. Como destaca reportagem do BE News publicada nesta edição, esses benefícios poderão ser aproveitados por 17 empresas.
Na apresentação de ontem, Klinger ainda afirmou que “nós temos esse papel, como Autoridade Portuária, de fazer essa promoção e o alinhamento da política de desenvolvimento do distrito industrial com a nossa poligonal e com a política de zoneamento do porto, para facilitar a logística e a movimentação”.
A iniciativa de Rio Grande mostra, de forma clara e direta, a importância de um complexo portuário para o desenvolvimento de uma região, de um estado e, dependendo de sua área de influência e de seus usuários, até do próprio País. Fica evidente que os ganhos advindos da operação de um porto ultrapassam a própria movimentação de cargas e as riquezas e empregos gerados com essas atividades. Eles vão além, fomentando a própria economia da zona econômica em questão (que pode englobar até vários estados) e impulsionando novas cadeias de negócios e o comércio exterior.
Mas, para obter tais resultados, é necessário saber explorar o complexo portuário, atrair empreendimentos (mesmo com a utilização de benefícios) e garantir a infraestrutura necessária para o desenvolvimento desses novos negócios. E ainda é essencial uma relação positiva entre o porto, a comunidade e suas autoridades. Cidades e estados devem saber apoiar tais iniciativas, criando leis que desenvolvam tais projetos e preparando seus residentes para fornecer a mão de obra que será demandada. Nesta simbiose, se feita de forma harmônica e com ações concretas, os ganhos podem ser gerais. Basta querer e, efetivamente, trabalhar para isso.