O exemplo do Rio de Janeiro
O Porto do Rio de Janeiro iniciou um processo para melhorar sua infraestrutura de acesso aquaviário, a fim de receber navios de maiores dimensões, da classe New Panamax, com 366 metros de comprimento, 52 de largura, 13,5 de calado e até 122,5 mil TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés). O edital para contratar a empresa a realizar as obras no canal foi publicado pela PortosRio, a autoridade portuária, na semana passada.
Trata-se de uma medida estratégica para qualquer complexo marítimo que deseja se manter no mercado, adaptando às novas demandas da navegação internacional.
Esse novo cenário teve início, principalmente, em 2016, com a expansão do Canal do Panamá, o que permitiu que navios de maiores dimensões, os New Panamax, navegassem pelo canal. Isso deu origem a uma nova realidade para a indústria marítima global e gerou oportunidades para os portos que estão preparados para receber esses navios.
Com maior capacidade de carga, as embarcações da classe New Panamax são mais eficientes e econômicas em termos de transporte de carga. Apresentam um menor custo por contêiner transportado, menor consumo de combustível e menor emissão de gases poluentes. Mas esses cargueiros demandam uma infraestrutura portuária adequada. Portos que não estão preparados para lidar com esses navios terão dificuldades em atrair companhias marítimas que utilizam a classe New Panamax, o que pode prejudicar sua competitividade em relação a outros portos que já estão preparados.
A adaptação da infraestrutura portuária para receber navios da classe New Panamax envolve uma série de mudanças, desde a profundidade do canal até a capacidade das docas e guindastes. É um processo complexo que exige investimentos significativos em equipamentos e tecnologias. No entanto, os benefícios a longo prazo para o porto e para a economia local podem ser enormes. Além de atrair companhias marítimas que utilizam essa classe, a adaptação da infraestrutura portuária pode melhorar a eficiência do porto em geral, reduzir custos operacionais e aumentar a capacidade de carga do porto.
Portanto, é fundamental que os portos estejam preparados para lidar com navios de maiores dimensões, como os da classe New Panamax. Os portos que não investirem em adaptações na infraestrutura portuária correm o risco de perder a oportunidade de atrair companhias marítimas que utilizam esses navios e, consequentemente, perder competitividade em relação a outros portos. O investimento na infraestrutura portuária é um passo importante para garantir o futuro do setor e da economia local. Um passo que já está sendo dado pelo Porto do Rio, em um exemplo que deve ser seguido pelos integrantes do sistema portuário nacional.