O hackathon e sua revolução cultural
Neste sábado, cinquenta profissionais vão se reunir para analisar a logística e o comércio exterior do principal complexo marítimo do Brasil, o Porto de Santos (SP). E vão propor ações a fim de melhorar operações e procedimentos. Trata-se da 2ª edição do Porto Hack Santos, uma maratona tecnológica, ou hackathon, em que, com uma visão inovadora, seus participantes se propõem a desenvolver projetos a fim de otimizar as atividades do cais santista.
A iniciativa, que é destaque em reportagem publicada na edição do BE News deste final de semana, é da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra). O evento será realizado no Terminal Marítimo de Passageiros (Concais), em Outeirinhos, em Santos. Terá início hoje, ao meio-dia, avançando sem interrupção até amanhã, no final da tarde.
O objetivo oficial da competição é propor soluções inovadoras a questões do cais santista. Mas as ambições da organização do evento vão além. Como destacou o diretor-executivo da Abtra, Angelino Caputo, o hackathon acaba sendo uma oportunidade para aproximar “a comunidade de inovação à comunidade portuária e, certamente, num evento como o hackathon, talentos individuais acabam se apresentando”.
E nessa tentativa de aproximação, de levar a cultura da inovação ao setor portuário, está o principal valor do Porto Hack Santos. Cada vez mais o desenvolvimento de um setor econômico está atrelado à adoção de novos procedimentos que tragam uma maior eficiência e a redução de custos, insumos ou tempo. E nos mercados portuário, logístico e de comércio exterior, essa demanda é ainda mais forte. Porém, nem sempre as empresas que atuam nesses segmentos têm condições de buscar essas soluções por si. Diante dessas lacunas, eventos como o hackathon se mostram estratégicos.
Em um cenário de gamificação, essas competições deixam evidente a importância de uma corporação, independente de seu tamanho, desenvolver uma cultura de inovação, especialmente de inovação tecnológica. Essas iniciativas mostram os ganhos que podem ser obtidos, as melhorias que podem ser incorporadas, elas eliminam preconceitos e impulsionam as empresas a adotar esses novos valores, cada vez mais essenciais no cenário corporativo atual.
Inovação, ainda mais a inovação tecnológica, não é só o futuro dos setores portuário, de logística e comércio exterior. Já é seu presente. O quanto antes esses mercados entenderem esse novo cenário, mais fácil será o seu desenvolvimento. E nesse sentido, ao incentivar sua própria revolução cultural, eventos como o Porto Hack Santos são estratégicos.