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Hudson Carvalho

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O “pentateuco” da gestão organizacional: cinco passos para gerir bem empresas e pessoas nos dias de hoje

O Pentateuco é a coleção dos cinco primeiros livros do Velho Testamento (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), atribuídos a Moisés segundo a tradição judaico-cristã.

Nas últimas semanas, venho apresentando, gradativamente, a análise de cinco temas que são fundamentais para  o bom desempenho das equipes e, em consequência, das próprias organizações.

Para lembrar, falamos – na sequência – da importância de ter a bordo as competências estratégicas. As empresas identificando aquelas que lhe interessam e as pessoas buscando alcançar níveis maiores de manifestação em cada uma delas. Em seguida, exploramos quanto a cultura define e influencia o clima organizacional. O próximo passo dessa linha de raciocínio foi analisar a importância de sermos capazes de gerenciar as constantes mudanças que nos cercam. Esses três primeiros passos formaram a base para pensarmos e planejarmos estrategicamente e por fim, medida prática importantíssima, a necessidade imperiosa de mantermos simples os processos de trabalho.

Um amigo, que acompanha essa caminhada semanal, chamou – brincando – essa sequência de Pentateuco. Uma brincadeira que faz sentido. Da mesma forma que nos Livros Sagrados, esses pontos formam a base da boa gestão. Sem eles bem refletidos e implantados, fica difícil gerir equipes e empresas.

Situação complexa e desafiadora, visto que quem toca o dia a dia das organizações são profissionais das gerações Z (ou Centennials, nascidos entre 1995 e 2010) ou Y (Millennials, nascidos entre 1980 e 1995), esses últimos já ocupando boa parte dos cargos de liderança. Lembra deles?

Millennials cresceram em um mundo conectado pela tecnologia, o que os tornou adeptos à tecnologia e à comunicação digital. São frequentemente descritos como idealistas, colaborativos e orientados para objetivos. Valorizam a diversidade, a inclusão e a igualdade no local de trabalho.

Centennials cresceram em um mundo ainda mais conectado pela tecnologia do que a geração anterior, o que os tornou ainda mais adeptos à comunicação digital. São criativos, independentes e orientados para resultados. Valorizam a autenticidade, a transparência e a responsabilidade social.

Faço essa conexão entre o mundo V.U.C.A. em que vivemos (Volatility, Uncertainty, Complexity e Ambiguity ou, em português, volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade) por duas razões. Primeiro porque as características desses grupos, em comparação com os que  antecederam, mudaram muito em pouquíssimo tempo. Estamos falando de corporações, mas é bem provável que você, como eu, (Baby Boomer, 1940-1960 ou Geração “X”, 1960-1980), faça essa mesma leitura dentro de sua própria casa. Afinal, gestão é importante em qualquer lugar. As constantes mudanças pelas quais passamos são gerenciadas, em grande parte, por pessoas dessas duas gerações. E elas definem o mundo organizacional em que vivemos, logo é preciso entendê-las e tirar o melhor de cada uma delas.

Em segundo lugar, pois presenciei, mais de uma vez, como executivo ou consultor, empresas líderes em seus mercados de atuação perderem seu lugar, ou mesmo desaparecerem, pela falta de atenção a esses pontos. Triste fim.

Trabalhei em uma grande indústria, líder nacional e mundial no mercado de autopeças, onde tive minha primeira experiência gerencial e que hoje não mais existe, a não ser pelo nome de quem a comprou, por não gerir adequadamente e por acreditar ser imune aos efeitos dos pontos que listei acima. Por mais que um grupo de jovens gerentes insistíssemos em apontar essa necessidade, nossos esforços não foram suficientes. Pior: os demais arraigaram-se ainda mais em suas posições e, por possuírem grande parcela de poder, passaram a difundir a “cultura do medo”, pá de cal que sepultou a organização. Foi justamente esse fator que acelerou a derrocada. Muitos de nós, descontentes em não sermos ouvidos, deixamos a organização, muitas vezes migrando para a concorrência. Talentos perdidos, processo acelerado.

Pessoalmente senti mais, pois fui um dos que ficou para “apagar a luz”. Sofri pessoalmente e assisti ao fim de uma grande organização. Naquela época, era possível alegar desconhecimento de causa. Hoje isso é impensável e absolutamente desnecessário.

Temos acesso ilimitado à informação, a “cases” de sucesso e de insucesso, o conhecimento acumulado pela humanidade está ao alcance de um toque em nossos smartphones. Temos inclusive a experiência e a vivência de muitos das gerações anteriores que ainda ocupam postos de comando e/ou estão disponíveis para repassar o que que viveram, com acertos e erros.

Hummm, … então temos tudo? Não erraremos? Talvez. Temos também nosso comportamento, nosso ego.

Seremos capazes de fazer o certo? Por aqui, dedos cruzados.

 

Hudson Carvalho é Consultor em Gestão de Pessoas e Estratégia Empresarial, Diretor Executivo da Elabore Online – Resultados Através das Pessoas e Diretor da WISDOM – Gestão Organizacional (Desenvolvemos Pessoas e Processos) – Baixada Santista e ABCD

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