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Marcelo de Souza Sobreira

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Bicentenário da Independência do Brasil: e o que podemos fazer para os próximos 200 anos?

200 anos de história. Parabéns!

Esta semana está repleta de celebrações em torno do bicentenário da independência do Brasil. Do encontro dos presidentes dos dois países a uma série de eventos organizados pelo setor público e privado, em Brasília, nos 27 estados da federação e nos diversos países com que o Brasil tem relação diplomática.

Tive a oportunidade de participar de vários eventos organizados pela embaixada brasileira em Singapura, de 2015 a 2020, quando eu era o responsável pela agenda de mercado de capitais de uma das maiores instituições financeiras do Brasil. E agora, comemoro esta data aqui em Portugal.

Lá na Ásia, há um misto de curiosidade e vontade de investir e conhecer melhor o maior país da América Latina. Por aqui, em Portugal, além de conhecerem muito bem o Brasil, sabem do potencial e admiram a grandiosidade do país irmão.

Recentemente, foi divulgado um estudo com o objetivo de verificar o conhecimento e as percepções dos brasileiros e portugueses sobre os 200 anos da Independência do Brasil em relação à Portugal, e a agenda para os próximos anos. O estudo quantitativo Brasil-Portugal foi realizado no mês passado e contou com uma amostra de 800 entrevistados de cada país respectivamente, todos maiores de 18 anos, equilibrando também o número de entrevistados por sexo, idade, renda familiar e região geográfica do Brasil. Em Portugal, a amostra foi estabelecida por cotas de sexo, idade, região e grau de instrução.

A seguir, as principais conclusões do relatório apresentado pelos professores António Lavareda e Nuno Santos, lançado pelo Fórum de Integração Brasil Europa em parceria com a Febraban. Em pergunta estimulada com resposta única, a imagem do Brasil entre os portugueses remete principalmente a destino turístico, enquanto a imagem de Portugal, entre os brasileiros, é de um país com oportunidades de melhorar de vida. Todos concordam que Brasil e Portugal são países irmãos por sua ligação histórica e heranças culturais, seja pela influência da língua, gastronomia, além das crenças e religião.

Outra questão foi em relação ao nível de conhecimento e intercâmbio entre os países: 13% dos brasileiros declararam já terem ido a Portugal, sendo esses com maior grau de escolaridade; do país europeu, o número dos que já visitaram o Brasil é de quase 30%.

Com relação às características mais positivas de brasileiros e portugueses, para os brasileiros, os portugueses são disciplinados, trabalhadores, conservadores, religiosos e sinceros. Já para os portugueses, as características mais positivas dos brasileiros são a alegria, a religiosidade e a criatividade.

Um ponto comum foi a ótima/boa percepção relativa ao relacionamento entre os países, com destaque para as relações diplomáticas, turísticas e trocas culturais. Por outro lado, há um entendimento, de ambas as partes, de que as parcerias e a cooperação econômica entre os países precisam ser incrementadas.

Na minha opinião, temos uma oportunidade para extrair o lado positivo dessas conclusões. E o que fazer para fomentar os negócios em infraestrutura & logística, comércio exterior, na agenda de sustentabilidade ou de transformação digital? Isso pode ser possível a partir da divulgação de estudos, do compartilhamento de conhecimento e informações, da realização de visitas técnicas, fóruns de discussões e reuniões de trabalho, das assinaturas de convênios de cooperação e/ou, por exemplo, incentivos à internacionalização das empresas brasileiras para Portugal, a porta de entrada para a Comunidade Européia, e das empresas familiares portuguesas para o Brasil.

Temos muito a fazer. Mãos à obra!

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TAGS Bicentenário da Independência BRASIL comércio exterior integração investimentos PESQUISA Portugal

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