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Hudson Carvalho

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Onde anda você?

Frente a esse cenário, temos duas alternativas: ou somos simples espectadores (“deixa como está, para ver com fica”) ou protagonistas nesse processo. Ficar na primeira opção é perigoso. Eu recomendo fortemente – se quisermos fazer sucesso em nossas carreiras – tomarmos as rédeas de nossos destinos em nossas mãos e assumirmos o controle do impacto das mudanças em nossas vidas, no trabalho e em casa.

 

“E por falar em saudade …Onde anda você?”

Canção da autoria de Hermano Thomaz da Silva e Marcus Vinicius da Cruz de Mello Moraes, sucesso nas vozes de grandes intérpretes brasileiros.

 

Em nossas conversas semanais nesse espaço, temos abordado muitas e muitas vezes as profundas mudanças pelas quais passam (e continuarão passando) nossas vidas pessoais, o mundo do trabalho e a vida corporativa.

Não é possível identificar com precisão quem e como inicia cada rápido ciclo de mudanças. Talvez nem seja necessário identificar, já que elas são rápidas ao chegar e mais rápidas ainda para sair. Às vezes nem compensa compreendê-las. A única certeza que temos é que elas continuarão a acontecer com velocidade ainda maior.

Minha  impressão é que os novos costumes, valores e regras são incorporados ao nosso modo de viver e acabam desaguando, consequentemente, no mundo do trabalho, afinal cada novo jovem que o acessa, traz para o ambiente da empresa aquilo que aprendeu em casa, no ambiente e nas escolas que frequentou. E as empresas que contratam? Bem, elas que se adaptem (o correto seria dizer, rendam-se?) aos fatos.

Novas visões sobre questões sérias como gênero, igualdade, assédio, respeito à opinião dos outros e liderança estão em xeque, bem como questões de menor impacto como home office, hierarquia ou se é aceitável permanecer boa parte do tempo acessando o celular durante o horário de trabalho.

Frente a esse cenário, temos duas alternativas: ou somos simples espectadores (“deixa como está, para ver com fica”) ou protagonistas nesse processo. Ficar na primeira opção é perigoso. Eu recomendo fortemente – se quisermos fazer sucesso em nossas carreiras – tomarmos as rédeas de nossos destinos em nossas mãos e assumirmos o controle do impacto das mudanças em nossas vidas, no trabalho e em casa. Veja que não estou pedindo que resistamos às mudanças, nem que tentemos mudar o mundo sozinhos. O que estou dizendo, é: cuidemos dos efeitos que as (inevitáveis) mudanças causam em nosso entorno.

Haveria muito a ser dito sobre como enfrentar esse processo, mas eu indico começar pela mais eficiente e eficaz de todas elas: cuide de sua educação. E no ambiente profissional, inclua o mais possível a sua prima-irmã, a qualificação profissional.

Sem base de conceitos você estará no pior dos mundos que é não conseguir sequer avaliar se o que está acontecendo a sua volta é bom ou ruim. Se vai ajudar ou atrapalhar sua vida e sua carreira. Significa nem saber que está errado, se estiver.

Nesse ponto me ocorre uma segunda preocupação, a qual confesso que chega a ser maior que a primeira: as oportunidades de qualificação profissional de boa qualidade estão aí, muitas sem custo ou a custo baixíssimo, mas há pouco interesse em aprender.

Baseio minha preocupação no que vejo ao meu redor, as dificuldades que enfrento diariamente para contratar e qualificar pessoal por falta de interesse. Além da minha observação, trago dois fatos que corroboram minha linha de pensamento, usando um texto que li recentemente, e que seria uma mensagem de um Secretário de Estado de Estado, falando do nível de investimento em novos negócios que está sendo trazido para o Estado de São Paulo e que – uma vez detectado que o entrave para sua implantação seria a falta de mão de obra qualificada – cinco grandes de qualificação foram lançados e divulgados, mas que infelizmente, até então, não havia nem vinte  por cento de adesão a esses Programas.

Outra informação impressionante: segundo dados do I.B.G.E. (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), o número de habitantes entre catorze e vinte e quatro anos que não estudam, não trabalham nem estão procurando emprego é cerca de quatro milhões e seiscentos mil jovens. São os NEM-NEM.

Triste. Vivem de quê? Há outro dado que responde – em parte – essa questão: cinquenta e dois porcento dos domicílios brasileiros são sustentados por um aposentado ou pensionista do INSS.

Perceba que, se esses números estiverem corretos, estaríamos perdendo parte de uma geração, não por falta de oportunidades, mas por falta de interesse de cada um em desenvolver-se profissionalmente. É um fato grave por si só e que piora sob todas as perspectivas sociais em que for observado: do motoqueiro que quebra o espelho do seu carro ao trafegar por onde não deve, ao aluno que desrespeita o Professor e é defendido pelos Pais.

Sei que a situação é mais complexa, envolve outros aspectos. Quero focar aqui apenas no que cada um pode e deve fazer por si mesmo, por isso, vou além da questão do título: Onde você estará?

Tornar-se um profissional e um ser humano melhor, é com você e mais ninguém.

 

Hudson Carvalho é Consultor em Gestão de Pessoas e Estratégia Empresarial, Diretor Executivo da Elabore Online – Resultados Através das Pessoas e Diretor da WISDOM – Gestão Organizacional (Desenvolvemos Pessoas e Processos) – Baixada Santista e ABCD

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