Os trilhos e o futuro do Porto de Santos

A implantação da Ferrovia Interna do Porto de Santos (Fips), um dos principais projetos para o desenvolvimento do complexo marítimo santista, o maior do Brasil, deve ter seu edital publicado nesta semana. A informação é da gerente de Regulação da Santos Port Authority (SPA, a Autoridade Portuária de Santos), Débora Andrade, e da assessora técnica da Diretoria de Desenvolvimento de Negócios e Regulação da SPA, Teofanes Signor, e é destaque em reportagem publicada nesta edição do jornal BE News.

Esse edital oficializará as regras para o chamamento público das empresas interessadas em operar o serviço de transporte ferroviário na área interna do Porto. De acordo com a SPA, o modelo de gestão prevê que todas as companhias que desejarem atuar nessa atividade vão se associar, compartilhando custos e as próprias operações.

Os futuros gestores da Fips terão de investir ao menos R$ 891 milhões nos primeiros cinco anos de contrato, para expandir a capacidade de transporte ferroviário da malha interna do complexo marítimo. Essa medida será necessária para atender as expansões já previstas nas linhas férreas que chegam ao cais santista. Atualmente, a malha férrea portuária pode operar 50 milhões de toneladas anuais. Com as melhorias programadas, esse total deverá chegar a 115 milhões de toneladas anuais nos próximos cinco a dez anos.

Com a publicação do edital, o processo de implantação da Fips começa, definitivamente, a sair do papel. Trata-se de uma iniciativa estratégica para o necessário crescimento do Porto de Santos, dotando-o de condições para atender o próprio aumento do transporte ferroviário no País, eliminando gargalos logísticos nessa atividade e, por consequência, garantindo uma opção econômica e eficiente para os novos volumes de cargas que vão chegar à região nos próximos anos.

Dotar o principal porto do Brasil dos meios para ampliar suas operações ferroviárias é assegurar que ele continuará atendendo as demandas de seus usuários e, além disso, consolidar uma estratégia de desenvolvimento de menor custo e melhor eficiência. Apostar nas ferrovias é o caminho certo para o desenvolvimento do Porto de Santos.