quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
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Opinião

Editorial

Parceria estratégica

O Porto do Recife (PE) foi tema de pesquisa de alunos e professores do curso de Engenharia da Complexidade da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), fruto de um acordo de cooperação técnica firmado entre o complexo marítimo e o centro de ensino. Como resultado, teve seus principais problemas operacionais analisados e recebeu propostas para resolvê-los. Esses projetos, entre eles o desenvolvimento de uma embarcação para a realização da batimetria (exame que mede a profundidade de uma via de navegação, uma baía ou um rio) e de moega ecologicamente mais eficiente, foram apresentados na terça-feira da semana passada, como destaca reportagem publicada nesta edição do jornal BE News.

Os universitários atuaram a partir de quatro demandas principais do porto: a necessidade de uma batimetria recorrente, a melhora no sistema de monitoramento das condições ambientais na zona portuária, um filtro para atuar dentro do sistema de drenagem do cais e o desenvolvimento de uma moega ecologicamente mais eficiente. Para o primeiro caso, por exemplo, foi desenvolvido um protótipo de um barco movido a energia renovável e controlado remotamente, para realização de batimetria e monitoramento ambiental em tempo real. A partir de sensores instalados na embarcação, será possível analisar os parâmetros ambientais da água e ar na zona portuária, como também monitorar as profundidades dos berços.

Sobre a moega sustentável, esse equipamento foi desenvolvido para trabalhar com um sistema de ciclone. Sensores no equipamento vão identificar a quantidade de particulado disperso no ar e, se necessário, realizar a sucção desse material de volta à moega. Nos testes realizados com barrilha, 80% da disseminação do produto foi reduzida.

Este é o tipo de parceria que deve ser incentivada no sistema portuário brasileiro. Em uma época em que a pesquisa e a inovação passam a ser mais valorizadas nos diversos segmentos da economia, o de Logística e transportes, inclusive, ter um acordo com a academia é um passo certo no caminho para o desenvolvimento de novas soluções operacionais, a redução de custos e uma maior eficiência.

Que o exemplo do Porto de Recife seja seguido por outros complexos marítimos brasileiros. E que o setor dê passos certeiros rumo à inovação tecnológica. Ganham os pesquisadores envolvidos, ganham o porto e seus usuários, ganha a economia do País.

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