Plano portuário

Um dos projetos do ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, para o sistema portuário nacional, é desenvolver seu potencial industrial. A estratégia prevê a implantação, na retroárea desses complexos marítimos, de unidades de beneficiamento, montagem ou finalização das mercadorias que são movimentadas nessas regiões. Com isso, geram-se riqueza e empregos e os portos dão mais um impulso na economia local.

França comentou sobre seu plano ontem, ao visitar o Porto de Aratu (BA), que opera cargas industriais. Segundo ele, o desenvolvimento de unidades industriais nos portos será uma de suas bandeiras. Nesse sentido, ele pode até aproveitar o modelo de Zona de Processamento de Exportação (ZPE), destinado a cargas que serão embarcadas para outros países e que necessitam de finalização.

Trata-se de uma iniciativa importante, ao buscar fazer com que os complexos portuários possam impulsionar ainda mais as atividades econômicas das áreas onde estão instalados. E ao oferecer esse tipo de beneficiamento, torna a região ainda mais competitiva para o comércio exterior. Esta também pode caracterizar a próxima fase evolucionária do setor, que deixa de apenas realizar o serviço logístico, para também fomentar a atividade industrial local.

Os portos brasileiros estão, em sua maioria, preparados para tal desafio. Em grande parte, eles contam com áreas reservadas para a expansão das operações e já operam cargas que podem demandar esse tipo de beneficiamento. O destaque é que, ao oferecer tais serviços, eles acabam por atrair mais mercadorias. Ou seja, a implantação desse projeto acaba por levar o complexo marítimo a seu próximo estágio evolucionário.

Que o projeto seja logo implantado e os gestores dos portos tenham a capacidade necessária para supervisionar tanto as atividades de movimentação de cargas como as de beneficiamento. Este será um passo importante a ser dado, com um impacto sensível e altamente positivo.