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Opinião

Editorial

Por uma gestão portuária mais sustentável

O Porto do Itaqui, no Maranhão, anunciou na sexta-feira, dia 21, a formalização de um acordo para cooperação técnica entre a Fundación Valenciaport (Fundação Porto de Valência). O trabalho em conjunto com o instituto espanhol visa elaborar um plano de descarbonização para o complexo nordestino, cujo investimento previsto é de R$ 1,8 milhão.

Conforme explicou a gerente de Meio Ambiente da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), Luane Lemos, o Porto do Itaqui já vem adotando medidas para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, mas quer avançar ainda mais. Para isso, é necessária a elaboração de um plano de descarbonização, que dará um direcionamento mais preciso sobre que ações promover e em que investir.

Não é algo simples. Como a própria Luane destacou, isso exige substituir máquinas, adquirir veículos elétricos e trocar a matriz energética por outra mais limpa. De qualquer maneira, a iniciativa é só mais uma demonstração de como o Porto do Itaqui está antenado com a questão da descarbonização no setor portuário.

E essa é uma preocupação global, como puderam constatar os integrantes da Missão Portuária – Brasil Export 2023, que visitou Singapura no final de abril.

Na ocasião, a delegação esteve na Sea Asia, uma das mais importantes feiras portuárias no mundo. Segundo o relato de um dos membros da comitiva, o professor da Universidade Federal do Maranhão – UFMA (justamente no estado onde fica o Porto do Itaqui), Sérgio Cutrim, as novas diretrizes de gestão portuária que apontam para a descarbonização estavam entre as principais soluções apresentadas na feira.

Segundo ele, as formas de energia mais utilizadas nessas novidades expostas na Sea Asia eram o hidrogênio verde e a energia solar. Energias das quais o Brasil tem grande potencial de geração e com as quais o sistema portuário já busca viabilizar operações.

Com o plano de descarbonização, o complexo maranhense se junta à luta para atingir uma das metas do Acordo de Paris, que prevê o aumento da temperatura em até 2º C até o fim deste século.

O convênio com a Fundación Valenciaport também reforça o investimento que o porto público maranhense vem fazendo em inovação. A instituição espanhola é uma referência mundial nesse campo, com programas que integram todos os entes da comunidade portuária a universidades e centros de pesquisas.

Um projeto muito bem-sucedido no Itaqui é o Porto do Futuro, um programa de incentivo à inovação e pesquisa na área portuária. No mês passado, essa iniciativa foi um dos destaques da primeira edição do Prêmio ESG Portuário, realizado pela UFMA, sendo laureada na categoria melhor projeto social em porto público.

Portanto, o acordo de cooperação técnica entre o Porto do Itaqui e a Fundación Valenciaport é um marco significativo na busca por uma gestão portuária mais sustentável e alinhada com os desafios ambientais contemporâneos. Uma iniciativa que reforça a importância de se promover uma economia de baixo carbono e que deve ser celebrada como um passo positivo rumo a um futuro mais verde e resiliente, para o setor portuário e para o planeta como um todo.

 

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TAGS Empresa Maranhense Fundación ValenciaPort Gestão Portuária sustentável

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