A retomada da Malha Oeste
O processo de relicitação do trecho de 1.973 quilômetros da ferrovia Malha Oeste, que vai de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, até Mairinque, em São Paulo, teve avanços importantes. E, como resultado, seu novo processo de concessão pode ser feito ainda neste semestre. Se essa programação se confirmar, o Centro-Oeste brasileiro voltará a contar com um de seus mais estratégicos acessos e o agribusiness do País, com uma solução para um de seus principais gargalos logísticos.
A grande novidade foi anunciada pelo secretário de Parcerias em Transportes no Ministério da Economia, Leonardo de Freitas Maciel. Segundo ele, o estudo de viabilidade técnica e econômica que vai basear o processo de relicitação deve ser concluído neste mês e a consulta pública necessária poderá ocorrer em agosto. Isso permitirá, de acordo com Maciel, a realização do leilão de concessão da ferrovia até dezembro.
A reativação dos quase 2 mil quilômetros de ferrovia deve demandar investimentos de R$ 15 bilhões, segundo projeção do Governo Federal. Esses recursos serão destinados à revitalização de dormentes e troca de trilhos, o que permitirá a retomada do escoamento de grãos, celulose e minérios do Mato Grosso do Sul, a partir de Corumbá, até o Oeste de São Paulo, a partir de onde pode, por direito de passagem, chegar ao Porto de Santos.
Com esse traçado, a Malha Oeste se torna uma linha estratégica para o maior desenvolvimento do Mato Grosso do Sul e o restante da região Centro-Oeste, que vão passar a contar com um novo acesso ferroviário que levará sua produção até o principal estado do País. Em uma nação que clama por uma maior rede logística, especialmente ferroviária, a retomada desse ativo é um claro impulso ao crescimento da economia brasileira.
Com tal potencial, o projeto de relicitação deve ser uma prioridade das autoridades e seu processo, acelerado o quanto possível. Essa jornada deve ser percorrida com celeridade, mas sem perder a precisão nas análises e nas avaliações – o que poderia colocar em risco todo o projeto. Enfim, que os estudos sejam concluídos, os debates com a sociedade, realizados, a avaliação do Tribunal de Contas da União, feita e, por fim, o leilão, executado. Mais do que nunca, a logística brasileira pede por mais trilhos e a Malha Oeste pode atender parte estratégica dessa demanda.