sábado, 18 de janeiro de 2025
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Opinião

Editorial

Respostas rápidas para as hidrovias

O crescimento expressivo na movimentação de cargas nos portos de Mato Grosso do Sul é uma clara indicação do potencial que a hidrovia pode desempenhar na matriz logística brasileira. Contudo, a limitação operacional imposta pela falta de infraestrutura nessas vias de navegação – especialmente, no estado, a ausência de dragagem no Rio Paraguai – ressalta a necessidade urgente de investimentos para desbloquear todo o potencial desse modal.

A declaração do presidente do Conselho do Mato Grosso Export, Adalberto Tokarski, é um alerta para os gargalos que impedem o pleno aproveitamento da navegação interior. No caso do Rio Paraguai, operar com apenas 40% de carga devido à falta de dragagem compromete a eficiência e a competitividade desse meio de transporte, impedindo que a hidrovia atenda ao seu máximo desempenho.

O Rio Paraguai, longe de ser subestimado, deve ser encarado como uma via estratégica para o transporte de cargas, não apenas regionalmente, mas também como parte integrante do sistema logístico nacional. A perspectiva de movimentação de 12 milhões de toneladas de minério de ferro com os investimentos previstos destaca a importância estratégica desse corredor fluvial.

A disposição do Ministério de Portos e Aeroportos em conceder trechos e ampliar as hidrovias através de parcerias público-privadas é um passo positivo. No entanto, é crucial acelerar as ações, especialmente no que diz respeito à dragagem, à sinalização e ao balizamento. O trecho de Ladário até a foz do Rio Apa há cinco anos sem dragagem é um exemplo gritante das necessidades negligenciadas.

O momento, como mencionado por Tokarski, é único para dar atenção à questão hidroviária no Brasil. A criação de uma secretaria nacional de Desenvolvimento Hidroviário é uma iniciativa que deve ser acompanhada por ações concretas e investimentos significativos para desbloquear o potencial da navegação interior.

A participação da navegação interior na matriz brasileira é atualmente modesta, representando apenas 5%. Essa realidade pode ser transformada com investimentos decisivos, como a dragagem adequada do Rio Paraguai. O Governo precisa reconhecer e agir rapidamente para superar os obstáculos que limitam o crescimento do transporte hidroviário, garantindo que o Brasil aproveite plenamente os benefícios desse modal estratégico.

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