Sem promessas para 2025 – vamos nos preparar para ele. Parte 4 de 4: Dependência externa nunca mais
“A melhor maneira de prever o futuro é inventá-lo.”
Winston Churchill
Chegamos ao quarto e último passo de nossa caminhada.
Vamos resgatar a proposta original? Nada de promessas vãs no final do ano. Ao invés disso, planejamento estruturado e assertivo para mudarmos de verdade e de vez.
Se nos acompanha desde o primeiro dos quatro artigos, você é realmente “um forte”. Quatro semanas que tiveram – e têm – a pretensão de fazer-nos refletir sobre a pessoa e o profissional que queremos ser.
Digo “fazer-nos” porque, escrevendo, repassei, intimamente, cada reflexão que propus. Fizemos a caminhada juntos. Não posso me dar ao luxo de sugerir a você um caminho que eu mesmo não consiga seguir. Por isso, sei que não foi fácil. Nunca é simples sermos honestos conosco mesmos. Mas é o melhor, talvez o único caminho para nos tornarmos mais fortes.
Neste último texto desta “série”, vamos falar sobre o quanto é fundamental ser disciplinado, (praticar a autodisciplina) e, passo a passo, melhorar continuamente. Tenho certeza de que será a parte mais desafiadora e também a mais longa. Se você topar essa dinâmica, começaremos hoje e não terminaremos nunca. Sempre há algo a melhorar.
Não se assuste, vamos resolvendo uma coisa de cada vez. Você consegue, afinal chegou até aqui.
Alguém dirá: “Mudar dá muito trabalho… não dá para ler um livrinho de autoajuda, assistir uma palestra sobre motivação e pronto?!” Não dá, acredite. A menos que o vôo que você planeja para sua carreira e sua vida seja de galinha, daqueles que gastam muita energia, mas só nos levam até ali.
Entenda bem a proposta. Contar com ajuda de quem se interessa verdadeiramente por nós é importante e válido. Tem a sua hora. Só não podemos depender dela para sempre. Temos que encontrar caminhos que nos sustentem para a vida. É responsabilidade nossa. Não dá para “terceirizar” a gestão de nossas vidas.
Vamos começar entendendo essa dupla poderosa que vai nos ajudar na caminhada: motivação + disciplina. Motivação vem do latim motius, movimento. É aquele impulso interno, disparado por algum fator externo, que nos leva a agir sobre algo. É importante? Sem dúvida. Filosoficamente falando, é a ignição, a fagulha que dispara o processo de mudança. Devemos considerar dois fatores importantes. Motivação “vem de dentro”. Ninguém nos motiva. Só nós mesmos entendemos o que nos impele a agir. Além disso, a “validade” da motivação é curta. Logo se perde se não for alimentada.
É aí que entra a disciplina, criando hábitos que mantêm acesa a chama inicial da motivação. E os hábitos são poderosos.
“Cuidado com seus pensamentos, pois eles se tornam palavras. Cuidado com suas palavras, pois elas se tornam ações. Cuidado com suas ações, pois elas se tornam HÁBITOS. Cuidado com seus hábitos, pois eles se tornam o seu caráter. E cuidado com o seu caráter, pois ele se torna o seu destino. O que nós pensamos, nos tornamos” — Margareth Tatcher.
Percebe a força? Nosso destino, definido por nossos hábitos. Como criar novos (bons) e nos livrarmos dos antigos (maus)?
Há um livro que pode ajudar muito a responder a essa pergunta. O Poder do Hábito: Por que Fazemos o Que Fazemos na Vida e nos Negócios. Um dos melhores que já li, do jornalista Charles Duhigg. Mistura artigos acadêmicos a entrevistas com mais de trezentos cientistas e executivos para determinar como se formam e se desfazem os hábitos.
O princípio é simples. O cérebro cria rotinas (os hábitos) para todas aquelas tarefas repetitivas que fazemos diariamente. O objetivo é economizar energia e tempo. Imagine pensar detalhadamente em cada uma das etapas de escovar os dentes (agora vou pegar a escova, …). Fazemos no automático e pronto. Está criado o hábito. Mesmo atividades mais complexas, como dirigir um automóvel, são trabalhosas no começo, depois as fazemos automaticamente.
A grande questão é que essas rotinas envolvem cerca de 40% das decisões que tomamos diariamente. Então vamos usar o poder dos hábitos para criar caminhos que nos levem a sermos melhores. Charles propõe que criemos o “Loop do Hábito”. São três etapas:
Gatilho (ou deixa): é o elemento que desencadeia uma sequência de ações. É a ação que informará ao cérebro de que está na hora de entrar em modo automático. Se pretende levantar e correr todas as manhãs, deixe a roupa e os tênis prontos no dia anterior e no seu caminho, de forma que seja impossível ignorá-los quando levantar;
Rotina: são as ações realizadas após o gatilho. Podem ser físicas, mentais e até emocionais. No nosso exemplo, é sair e correr;
Recompensa: é o estímulo recebido após a conclusão da rotina. Determina se vale a pena lembrar dessa rotina e repeti-la no futuro. Em nosso caso pode ser desde um pequeno chocolate na volta, até a sensação de dever cumprido. O exemplo é simplório, mas o processo não. Dá para aplicá-lo e criar o hábito que quisermos. Um preço baixo a ser pago para que tenhamos uma vida melhor e uma carreira de sucesso.
Terminando, meu melhor desejo para sua vida no ano que vem: que você dê muitas risadas, daquelas longas, de perder o fôlego e de deixar lágrimas nos olhos. Se você for capaz de rir, todo o resto – saúde, Família, trabalho – estará bem.
Sucesso!!
Se você perdeu os textos anteriores, aqui vão os links:
*Semana 1*: https://lnkd.in/d88C5xHQ;
*Semana 2*: https://lnkd.in/dpEeqzyv;
*Semana 3*: https://lnkd.in/dUXBdWd7