Uma importante jornada
O setor portuário tem evoluído e adotado novos paradigmas de desenvolvimento e gestão. E nesse movimento começa a adotar os valores ESG – sigla em inglês de Ambiental, Social e de Governança. Alguns princípios já foram assimilados, outros estão em implantação. Mas ainda resta um longo caminho pela frente. De qualquer forma, esta é uma jornada que deve ser trilhada, por levar o mercado portuário a sua verdadeira missão: não apenas a movimentação de cargas, mas o desenvolvimento da economia do país e da região onde está inserido com respeito ao meio ambiente, com ações sociais e princípios de governança.
Essa evolução do setor fica clara na entrevista, publicada nesta edição, com o professor doutor Sérgio Cutrim, um dos autores e um dos organizadores do livro digital “Manifesto ESG Portuário”, obra pioneira ao abordar estes valores no segmento portuário e lançada no último dia 8.
Como destaca Cutrim, foi o tempo em que as questões ambientais e sociais eram vistas apenas como centros de custos. Na economia atual, especialmente no setor financeiro, adotar essas práticas é um diferencial para o empreendimento ou a empresa e acaba por valorizá-los. E não se trata apenas de uma moda artificial. Adotar princípios de sustentabilidade significa tentar manter ou ampliar os resultados com um menor uso de insumos, água ou energia. Ou seja, se busca uma maior eficiência. Por um lado, isso representa um menor impacto ambiental. E por outro, uma economia de custos. Esse simples exemplo mostra que adotar essas práticas não é um centro de custos, mas uma oportunidade de negócios com resultados positivos.
Essa percepção, porém, ainda é limitada a pequenos grupos. O setor portuário, em sua maioria, ainda demanda informações melhor qualificadas sobre ESG. Mas iniciativas como a publicação do “Manifesto ESG Portuário” são passos importantes e certeiros.
Que esta jornada seja cada vez mais ampla, envolvendo entidades públicas e privadas, e as gestões com ações ambientais, sociais e de governança se multipliquem. Fará bem para a sociedade e para a economia, principalmente ao demonstrar que é possível desenvolver ambas de forma harmônica e inteligente.
