sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
Dolar Com.
Euro Com.
Libra Com.
Yuan Com.
Opinião

Artigos

Hudson Carvalho

Clique para ver mais

Articulista

Storytelling, a arte de contar histórias. O personagem pode ser você?

Quem não se lembra de Tom Hanks no papel do personagem Forrest Gump?

Com seu baixíssimo Q.I. de 75, narra parte da história americana, sentado em uma praça, enquanto aguarda um ônibus. Os ouvintes, incrédulos, sucedem-se a seu lado, lamentando o momento em que seus coletivos chegam.

Qual a razão do seu sucesso? Por que capta tão bem a atenção de seus ouvintes e de uma audiência de milhões que lotam os cinemas para vê-lo desde 1994 e o fazem até hoje, nas plataformas de streaming? Simples: Forrest conta histórias. Verdadeiras ou inventadas, somos fascinados por elas.

Das figuras rupestres, desenhadas em cavernas na Pré-História, às redes sociais, passando por filmes, novelas, séries, conversas de bar e almoços de domingo, sempre há uma história a nosso redor

Porque elas nos movem, criou-se o Storytelling, técnica utilizada para engajar e conectar o público com marcas e produtos, através de narrativas envolventes.

Mas, …e se o “produto” fosse você? Se a “história” fosse o seu currículo? Seria uma “marca” que venderia?

Vamos pensar sobre isso. Eu apresento o conceito, associo com a carreira (e vida pessoal, por que não?) e você conclui. Lembre-se: estamos falando de emoção, mas também de verdade. Sua história não deve ser percebida apenas como estratégia de promoção pessoal, ou conseguir um emprego melhor.

Primeiro, os elementos do storytelling:

  •   Escolha uma mensagem central clara, o fio condutor de toda a narrativa, que corresponde a mostrar a sua carreira e a diferença positiva que fez por onde passou;
  •   Apresente o mbiente: detalhes sensoriais e descrições ricas situam o público na trama. No currículo ou página do LinkedIN, uma descrição das empresas em que trabalhou – são importantes os produtos e serviços que vendem e que possam ter sido consumidos por quem esteja avaliando o seu perfil;
  •   Construa o personagem: personalidades que fazem sentido criam conexão com o interlocutor. Nas entrevistas de emprego, usar as suas experiências pessoais ajuda muito. Sua apresentação por escrito ou em uma eventual entrevista deve levar a que torçam pelo seu sucesso;
  •   Use o conflito: problema principal que precisa ser resolvido pelo personagem. Significa responder porque você deve ser contratado, promovido ou assumir um projeto importante. Cuidado. Se o conflito for facilmente superado, a audiência perde o interesse na história. Se for insuperável, o enredo perde o sentido.

Entendidos os elementos, apresento um modelo conhecido de criação de stotytelling’s. O Pixar, criado por Emma Coats, ex-roteirista da Pixar. São 22 regras que ajudam a escrever a história, ainda que seja a da sua própria vida. Ei-las:

  1.     Admire um personagem mais por suas tentativas do que por suas vitórias.
  2.     Tenha em mente o que é interessante para o público, não para o escritor.
  3.     Definir um tema é importante, mas você só perceberá sobre o que é sua história no final. Reescreva.
  4.     Era uma vez um, …| Todo dia, [ele fazia algo]. Um dia, [algo aconteceu]. Por causa disso, [ele fez algo]. Por causa disso, [aconteceu algo]. Até finalmente [o desfecho].
  5.     Combine personagens. Pule as partes que não fazem você se emocionar.
  6.     No que seu personagem é bom? Como se sente confortável? Jogue o oposto disso nele. Desafie-o.
  7.     Crie um final antes de descobrir o meio. Finais são difíceis, tire-os do caminho logo.
  8.     Termine sua história, deixe-a ir, mesmo que não seja perfeita.
  9.     Quando você estiver preso, faça uma lista do que NÃO aconteceria a seguir.
  10.   Desmonte as histórias que você gosta. O que você gosta nelas é uma parte de você.
  11.   Escreva, depois conserte. Uma ideia perfeita, na sua cabeça, nunca será compartilhada com ninguém.
  12.   Descarte as primeiras coisas que lhe ocorrerem. A história fica boa lá pela quinta ou sexta tentativa.
  13.   Dê opiniões aos seus personagens. A passividade pode parecer agradável, mas é veneno para o público.
  14.   Pergunte-se: por que devo contar ESTA história?
  15.   Como você se sentiria nessa situação? A honestidade traz credibilidade para situações inacreditáveis.
  16.   Dê-nos motivos para torcer pelo personagem. O que acontece se eles falharem?
  17.   Nenhum trabalho é um desperdício de tempo. Se não funcionou agora, ele voltará a ser útil mais tarde.
  18.   Há uma diferença entre fazer o seu melhor e ficar obcecado. A história é testada, não perfeita.
  19.   Coloque seu personagem em apuros, não o contrário.
  20.   Pegue uma história que você não gosta. Como você as rearranjaria para o que você gosta?
  21.   Identifique-se com a situação. O que os faria agir da maneira que você quer?
  22.   Qual é a essência da sua história? A forma mais econômica de contá-la?

Existe um outro modelo muito utilizado, criado por Joseph Campbell em 1949, chamado A Jornada do Herói (ou Monomito), que traz uma estrutura de 12 etapas. Embora componha a estrutura da maioria dos filmes que você já assistiu, vale a pena buscá-lo na Internet para entender como se aplicam à sua vida e carreira.

E você. Está feliz com a sua história? Tem orgulho em contá-la?

Compartilhe:
TAGS

Leia também