Um novo aeroporto para Lisboa
O caos da última segunda-feira, quando o Aeroporto Humberto Delgado, de Lisboa, recebeu cerca de 50 mil passageiros e registrou lotações e longas filas, acionou o alerta. E logo depois, o próprio ministro das Infraestruturas e da Habitação do país confirmou o problema: Portugal precisa de um novo aeroporto para atender sua capital.
Segundo as autoridades do país, o Humberto Delgado não conta com a infraestrutura necessária para responder à atual demanda, especialmente com a recuperação do turismo e as medidas mais flexíveis contra a covid-19. Problemas de circulação já são percebidos desde o mês passado e o cenário verificado no pré-pandemia, de voos sendo recusados devido à falta de capacidade para recebê-los, pode voltar a se repetir no próximo ano.
Daí a necessidade de um novo aeroporto na região da Grande Lisboa. Tal proposta vem sendo debatida há anos, mas sem sucesso. A opção com melhores chances de progredir é ter a nova instalação nas cidades de Montijo ou Alcochete, no outro lado do Rio Tejo e a cerca de 30 e 40 quilômetros, respectivamente, do centro de Lisboa. Mas o projeto, que deve levar cinco anos para ser concluído, não avança.
Os obstáculos estão, principalmente, na classe política – no país, grandes obras de infraestrutura devem ter o apoio de dois terços do Parlamento -, nas administrações municipais (das cidades que podem vir a receber o empreendimento) e nos órgãos ambientais. Então este é o momento de o Governo buscar reunir esses setores, esclarecer dúvidas e lutar por sua implantação.
Afinal, está se falando de um ativo estratégico para uma das principais indústrias de Portugal, a do turismo. E como desenvolvê-la e vê-la prosperar se a primeira impressão dada ao turista é a falta de infraestrutura para recebê-lo. Mais do que um novo aeroporto, está se debatendo uma ferramenta essencial para o crescimento da economia da nação. O momento, portanto, é de união, de esclarecimentos e de integração de autoridades e setor privado em defesa do País.