Um passo crucial para a infraestrutura resiliente no Brasil
A portaria do Ministério dos Transportes exigindo sustentabilidade em concessões rodoviárias federais marca um passo crucial para a infraestrutura brasileira. Diante da intensificação das mudanças climáticas e seus impactos cada vez mais frequentes e severos, como os desastres naturais que assolaram o Litoral Norte de São Paulo, no ano passado, e o Rio Grande do Sul, nos últimos meses, investir em infraestrutura resiliente se torna uma necessidade urgente.
A exigência de que no mínimo 1% da receita bruta dos contratos de concessão seja direcionado para o desenvolvimento de infraestrutura resiliente é um bom começo. Essa medida pode contribuir para a adaptação das rodovias brasileiras aos eventos climáticos extremos, como inundações, deslizamentos de terra e erosão, garantindo sua funcionalidade e minimizando os custos de reparos e reconstrução após desastres.
É importante ressaltar que a responsabilidade pela construção de uma infraestrutura resiliente não recai apenas sobre o Governo. As empresas do setor de transporte também precisam se comprometer com medidas que garantam a sustentabilidade de suas operações. A CEO do MoveInfra, Natalia Marcassa, reconhece essa necessidade e afirma que as empresas associadas ao movimento já estão desenvolvendo planos de resiliência para suas infraestruturas.
Além da infraestrutura resiliente, é fundamental que as empresas do setor de transporte adotem medidas para descarbonizar suas operações. O Plano Clima, em construção pelo Ministério do Meio Ambiente, visa estabelecer metas de emissões de gases de efeito estufa (GEE) para cada setor da economia, incluindo o transporte. As empresas que se anteciparem nesse processo estarão mais bem preparadas para atender às demandas do mercado e contribuir para um futuro mais sustentável.
A construção de uma infraestrutura resiliente e a descarbonização do setor de transporte são desafios complexos que exigem o engajamento de todos os envolvidos: Governo, empresas, sociedade civil e academia. A portaria do Ministério dos Transportes é um passo importante na direção certa, mas ainda há muito a ser feito. É fundamental que todos os setores se unam em um esforço conjunto para garantir que a infraestrutura brasileira esteja preparada para enfrentar os desafios do futuro.
Investir em infraestrutura resiliente e descarbonizada não é apenas uma questão de responsabilidade ambiental, mas também de competitividade econômica. As empresas que se comprometem com essas práticas demonstram uma visão de longo prazo e se posicionam como líderes em um mercado cada vez mais preocupado com a sustentabilidade.
O Brasil tem o potencial de se tornar um exemplo global em infraestrutura resiliente e descarbonizada. Ao unirmos forças e trabalharmos juntos, podemos construir um futuro mais sustentável e próspero para o País.