Uma peça em dois atos: assumir e vencer dificuldades e (não) levar desaforo para casa
Temos que optar por qual dificuldade vamos passar. O nome do jogo é: ESCOLHA! Intuitivamente, e eu acredito piamente na minha intuição, fazer escolhas significa avaliar riscos. Em outras palavras, consideradas as opções, onde posso me dar melhor? Ou menos pior.
“Nunca interrompa seu inimigo enquanto ele estiver cometendo um erro”
Napoleão Bonaparte
Prólogo.
Você não deve estar entendendo nada! Que história é essa de “peça em dois atos”?
É simples. Quero compartilhar uma reflexão que me acompanha sempre. Equilibrar a necessidade de planejar minimamente a carreira – e em última análise – a vida, com a imposição de viver um dia de cada vez.
É tarefa das mais difíceis. Não podemos viver a esmo, à mercê de para onde sopram os ventos, ao mesmo tempo que não controlamos o ontem nem o amanhã. Na prática, só vivemos o agora, o momento presente.
Para ser didático, pretendo fazê-lo em dois momentos.
Ato 1: Escolha o seu difícil.
O professor Luiz Almeida Marins tem uma história interessante, que ajudará a encaminhar essa primeira parte da “peça”. Conta que em uma de suas inúmeras viagens, teve a oportunidade de pernoitar na casa da avó. À noite, durante o jantar, ela pergunta:
– “E então, meu filho, como vai a vida?”
– “Ahhh, vó, uma canseira. Vivo do aeroporto pro local da palestra, de lá pro hotel. No dia seguinte, tudo de novo, ainda mais longe.”
– “Meu filho, então fique aqui. Sempre haverá uma cama e um prato de comida para você.”
– “Pois é, Vó, não dá. São muitos compromissos.”
– “Então, vá, Luiz.”
– É, vó, mas é desgastante.
– “Então, fique.”
Percebe que entre ir e ficar, essa história poderia estender-se indefinidamente? Lembrei desse relato quando, nessa semana, li um post que listava as dificuldades que temos de escolher ao viver. Controlar as contas do mês ou enfrentar dificuldades financeiras? Viver com a obesidade ou controlar o peso? Investir num relacionamento, ou partir para outro. Não há caminho fácil.
Temos que optar por qual dificuldade vamos passar. O nome do jogo é: ESCOLHA!
Intuitivamente, e eu acredito piamente na minha intuição, fazer escolhas significa avaliar riscos. Em outras palavras, consideradas as opções, onde posso me dar melhor? Ou menos pior.
Essa é a primeira dica: acreditar na sua própria intuição. Ao contrário do que parece, ela não é algo aleatório. O insight que você recebe é o resultado do processo que o cérebro faz, na velocidade de um raio, de tudo o que você aprendeu e viveu até o momento. É uma análise de risco feita em microssegundos.
É o cérebro, essa maravilha, que comanda também o mecanismo que leva à segunda dica desse texto. Ele adora levar-nos para a Zona de Conforto. Por uma razão simples: ele também quer diminuir riscos e, por consequência, proteger-nos dos perigos que prevê encontrar pelo caminho. Então, apesar do enorme poder da intuição, é importante que nos questionemos a razão de cada ato e decisão que tomamos, caso contrário, a vida entra no automático, comandada por experiências passadas que a intuição se limita a nos revelar. A inovação ficará de lado e nós sabemos quanto essa competência é fundamental nos dias de hoje. Encontrar formas novas de resolver os problemas de sempre.
Ato 2: Eu não levo desaforo para casa.
Sinto dizer, mas você leva. Como eu e como todos nós. Não gostamos, mas é praticamente impossível não levar.
No caminho das escolhas difíceis que fazemos todos os dias, frequentemente desagradaremos alguém. Ou “alguéns”.
A maioria dessas pessoas – muitas vezes com a melhor das intenções – reagirá e tentará convencer-nos do contrário. Quanto maior a nossa reação, maior a possibilidade de conflito. Então, se o nosso temperamento for colérico o suficiente para não enxergar a aproximação deles, a coisa pode ficar feia.
As dicas aqui também são duas: a primeira é não esquecer da frase que diz: “Há três coisas na vida que não voltam: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida.” Então, não perca a chance de pensar antes de falar.
A segunda dica é de uma simplicidade que dá medo: considere que a pessoa que discorda de você pode estar certa.
Epílogo
Como gosta de dizer uma amiga do mundo profissional, “cada escolha, uma renúncia!”. É obrigatório escolher caminhos, então, que façamos com a sabedoria de respeitar a nós mesmos e mantermos os relacionamentos no melhor nível possível.
Não seja você o seu pior inimigo. A vida não vai interrompê-lo quando estiver errando.