Uma questão de transparência
Aos poucos, o Ministério de Portos e Aeroportos começa a divulgar seus planos para os setores que coordena. Ontem, ao participar de uma conferência em São Paulo, o ministro Márcio França (PSB) reforçou que não irá desestatizar a gestão do Porto de Santos (SP), como desejava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua equipe, mas admite que seus técnicos estudam repassar para a iniciativa privada a exploração do canal de navegação do complexo marítimo, o que engloba a gestão do serviço de dragagem.
Tal proposta já vinha sendo comentada nos últimos meses, mas nunca de forma oficial, ao menos até ontem, como destaca reportagem sobre a participação de França na conferência, publicada na edição desta terça-feira do jornal BE News.
A ideia já vem sendo debatida entre o secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Fabrizio Pierdomenico, e técnicos do Porto de Paranaguá (PR), que estudam essa possibilidade para o canal de navegação do complexo paranaense nos últimos anos. E a intenção é adaptar o modelo de Paranaguá à realidade santista.
É importante que a pasta divulgue quais seus projetos para o setor e, em consequência, comece a debater tais planos com a iniciativa privada, a fim de que a melhor versão desses programas seja efetivada. A transparência e o debate republicando de tais estratégias têm uma importância estratégica e garante segurança aos empresários para delinear seus investimentos. Que o Ministério finalmente compartilhe seus programas com o mercado e, juntos, possam trabalhar no melhor para os portos do Brasil, que é o objetivo de todos, sem qualquer dúvida.