domingo, 05 de janeiro de 2025
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Hudson Carvalho

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Articulista

Uma vida que só serve para mim, mas, se ajudar … é sua

I’ve lived a life that’s full (Eu vivi uma vida completa)

I travelled each and every highway (Eu viajei por toda e qualquer estrada)

And more, much more than this (E mais, muito mais que isso)

I did it my way (Eu fiz isso do meu jeito)

 

Trecho de MY WAY, canção composta por Claude François, Jacques Revaux e Paul Anka, sucesso na voz do lendário Frank Sinatra

 

Antes de entrarmos no texto em si, um reparo ao grande Francis Albert Sinatra: fiz e ainda faço. Aliás, ainda há muito a fazer.

Também é verdade que quanto mais você vive, mais as pessoas esperam que você acerte nas decisões que toma e nos caminhos que trilha. Por isso, gostam de ouvir-nos, na esperança que tenhamos o ”caminho das pedras”.

Sinto dizer. Não existem aquelas palavras mágicas que tornam a vida de todos e de qualquer um, mais fáceis e imunes a erros. Minha experiência, com acertos e erros, só serve para mim. O máximo que você pode fazer é comparar a situação que você estiver vivendo com o que fiz, e o resultado que obtive.

Por isso, me incomoda o pedido que atendi dias atrás: falar para um grupo de profissionais de Recursos Humanos, sobre minha carreira. Mas o pedido foi feito por grandes Amigos, que pertencem, como eu, a uma Instituição, mais do que centenária e absolutamente respeitada. Impossível dizer não.

Então, iniciei uma preparação clássica, com slides estruturados com formas, cores e movimentos. De cara, não gostei. Sou minimalista. Gosto de partir de um número, ou de uma palavra, para desenvolver junto com a plateia o caminho que nos leve, juntos, a um resultado que faça sentido para a maioria.

Sem verdades absolutas, nem raciocínios pré concebidos. Nessegrupo, um ponto especial de atenção: não havia nada que eu pudesse dizer e que já não soubessem, portanto, o conteúdo – que era o que estava faltando nos slides bacanas – tinha que superar expectativas.

Assim, troquei tudo por um flip-chart, um pincel e uma conversa intimista, face a face. Uns falando mais, outros menos, pessoas discordando, revisão de conceitos, como é a vida profissional de cada um de nós. E deve ser. Não há crescimento na unanimidade.

Usei com linha mestra de raciocínio, a linha do tempo da minha carreira e o que fui aprendendo em cada lugar por onde passei. Um desafio, pois não estávamos falando de mim, apenas usando o meu caminho para um aprendizado que servisse a todos. Inclusive a mim, que “saquei” muitas coisas sobre as quais não havia compreendido antes.

Para que vocês entendam um pouco melhor do que se tratou, vou tentar reproduzir aqui o que fizemos lá, desde já, sentindo que você que me lê, não tenha a condição de me interromper e contar como aconteceu com você. Seria muito mais rico.

A brincadeira inicial foi escrever no flip, os números 60-40-26. O que seriam? Sessenta anos de idade, quarenta de carreira e vinte e seis no RH. Então não começou sua carreira no RH? Não! Foram doze anos em Engenharia (dois em Banco). Essa passagem Engenharia-RH me deu o primeiro aprendizado, o qual carrego até hoje: GENTE TEM BOTÃO. Explico: meus antigos colegas diziam: “Cuidado! Gente, NÃO tem botão”, querendo dizer que não responderiam a comandos diretos, como as máquinas.

Não é verdade. Todos temos o botão da motivação. Por que fazemos determinadas coisas com mais prazer, dedicação e resultados do que outras? Achar esse “botão” e saber apertá-los da forma e no tempo exige tempo de observação e o real desejo de fazer o melhor pela organização e pelas pessoas que lá estão conosco.

Dessa empresa, onde investi doze anos em Engenharia mais dois em RH parti para cinco anos em Consultoria. Dirigi projetos grandes e – na saída – aprendi como é difícil não ter sobrenome profissional. Fulano da tal Empresa. Você é sozinho e tem que se virar com o que é e tem de recursos. Só.

Dalí para uma grande empresa inglesa de inspeções, testes e certificações. Quando cheguei, só havia uma Divisão, atuando em Óleo e Gás. Montamos mais duas, para atender Agronegócio e Mineração. Contratações em massa, espalhadas por todo o País. Aprendi a respeitar as diferenças regionais desse Brasilzão e como elas influenciam no resultado do negócio. Forma de tratar as pessoas, de capacitá-las, de conceder benefícios, de negociar com Sindicatos difíceis.

Em seguida um – hoje – grande Terminal de Contêineres, mas que começou com apenas seis pessoas na Equipe. Tudo por construir. Além da obra em si, que incluía enormes dificuldades ambientais, construir e consolidar relações institucionais e com a comunidade. Aprendi muito rápido a importância do networking e de manter alinhados discurso e prática, sob pena de fazer ruir num instante, a confiança construída com stakeholders, sob enorme sacrifício. Foi também, a primeira oportunidade de planejar, construir e colocar para funcionar um Departamento de Recursos Humanos que dirigi por sete, dos dez anos em que fiquei nessa companhia. Além do trabalho, a gratidão por ter a oportunidade de devolver à Cidade onde nasci, um projeto do qual me orgulho e que proporciona emprego e oportunidade a milhares de pessoal e suas Famílias. 

Nos últimos seis anos de volta para Consultoria. Dessa vez a minha própria. Desafiador, fundar e manter o negócio com o dinheiro do próprio bolso. Ou você tem realmente algo de valor para oferecer ao mercado ou está fora. Simples assim.

Entendi também que, com uma Equipe pequena, seria difícil crescer. Foi e está sendo difícil reconhecer que há limites para quase tudo na vida, por mais que haja vontade. Mas entendi também que, se encontrarmos parceiros que além de capacidade técnica tenham – principalmente – os mesmos valores é possível ampliar a ação e crescer. Por isso ELABOREONLINE – Resultados através das pessoas e WISDOM – Gestão Organizacional, caminham juntas. Harmonia técnica e de princípios

Por fim, talvez o maior aprendizado, algo que nem todos gostam: seguir o caminho difícil. Ou: “O que não nos mata, nos fortalece.”.

Sair da zona de conforto, assumir desafios, coloca outra perspectiva dos fatos perante nossos olhos. Somado ao autoconhecimento e ao autodesenvolvimento, nos torna imbatíveis.

Bora escrever a sua própria história?

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