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Victoria Gorre, Quezon, Filipinas

Uma das nacionalidades mais frequentes nas tripulações dos navios que chegam para atracar aqui, nos portos de Paranaguá (PR) e Antonina (PR), é a filipina. Até recentemente, fizemos um levantamento simples, por amostragem, que mostrou que 32% dos trabalhadores embarcados que passaram pelo Paraná são filipinos.

Sabendo disso, não pude deixar de perguntar a Victoria Gorre, quando a conheci: “Quão importante são as atividades marítimas e portuárias para o seu país?”. E, com calma, a portuária filipina me explicou:

Como arquipélago, as Filipinas são abençoadas com mais de 7 mil belas ilhas que, apesar de separadas, são conectadas pelo mar. Isso nos proporciona recursos marinhos e, mais importante ainda, nos conecta com o mundo. É nosso modo de viver”. 

Formada em Artes, com especialização em Ciências Comportamentais, Victoria atua há dez anos como profissional de RH junto ao governo filipino. Atualmente, é diretora da área, na sede da Autoridade Portuária Filipina. Na função, ela trata da gestão de pessoal em nível nacional. E olha que a Autoridade Portuária Filipina (PPA) é responsável por 25 portos do país. Ou seja, é um quadro profissional e tanto, não?!

 “Como filipinos, temos um traço inato de ‘ilha’, que acreditamos que o mar nos proporcionará sempre. A indústria portuária e marítima desempenha um papel muito importante em nosso país, considerando que é a porta de entrada para o comércio e o desenvolvimento nacional”, completa. 

Sobre os milhares (se não, milhões) de trabalhadores filipinos que optam por fazer parte da indústria marítima, Victoria destaca as principais características que os fazem uma mão-de-obra essencial para o setor: o trabalho árduo e a resiliência. 

“Estes, para mim, são atributos imprescindíveis na sempre ágil e dinâmica indústria portuária e marítima”, diz a profissional de desenvolvimento humano. Esta mesma indústria, segundo ela, trouxe muitas oportunidades “especialmente para os filipinos que querem explorar o mundo”, completa.

Não é o caso dela, que se desenvolve na área, permanecendo no país. Como gestora de RH, Victoria supervisiona todas as atividades de gestão de pessoal. “Minha missão é assegurar que todas as funções e tarefas sejam delegadas de forma responsável às pessoas responsáveis. Estou principalmente envolvida na elaboração de políticas e iniciativas para melhorias contínuas em vários processos do setor”.

Victoria é multimodal. Sim. Digo isso porque, antes de entrar para a Autoridade Marítima e Portuária Filipina, a profissional já esteve na Autoridade Aeroportuária Internacional de Manila (setor aéreo) e na Autoridade de Trânsito Ferroviário Ligeiro (setor ferroviário). “Tendo atuado na gestão de recursos humanos e sendo uma profissional de HRM durante doze anos. No governo, adquiri conhecimentos e experiência significativos, especialmente nas regras da função pública filipina, a sua aplicação nos quatro sistemas centrais de HR (sigla em inglês para Recursos Humanos): Recrutamento, Gestão de Desempenho, Aprendizagem e Desenvolvimento e, ainda, Recompensas e Reconhecimento”, explica.

Ser mulher e atuar na área marítima e portuária daquele país, como afirma Victoria, não são realmente um problema ou uma preocupação. Isso porque, segundo ela, na agência em que atua, tem um ambiente bem equilibrado: quase 50/50 homens e mulheres, incluindo os escritórios de Engenharia e de Operações.

O objetivo profissional da portuária filipina é buscar a excelência em RH na indústria marítima junto à Autoridade Portuária do país. “Quero apoiar a nossa gestão e administração fornecendo mão-de-obra de qualidade, competente e eficiente, através da implementação de processos melhorados, tendo em consideração o impulso da atual administração no sentido da inovação”, afirma.

Ela tem a sorte de contar com uma gestão que apoia e reconhece plenamente as mulheres na organização. Porém, às profissionais que desejam seguir carreira na área, mesmo que não tenham a mesma vantagem, a recomendação é simples: “tenha confiança em si mesma e desenvolva suas competências”.  

“O que eu quero dizer é que, em tudo o que fazemos, temos que deixar uma marca, que é verdadeira e exclusivamente nossa. Todos os dias é uma oportunidade para aprender e melhorar”, sugere a portuária e especialista em RH.

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