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quarta, 03 de julho de 2024
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Hudson Carvalho

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Vocação: Você está seguindo o seu chamado?

“Todas as verdades são fáceis de perceber depois de terem sido descobertas; o problema é descobri-las.”

Galileu Galilei (1564-1642) – astrônomo, físico e engenheiro

 

“Minha inquietação é com a postura dos que discursam numa linha e caminham em outra. Proceder assim é algo que depõe muito contra o profissional e a pessoa que assim o faz.

Os norte-americanos têm uma expressão exata para isso: Walk the Talk. Caminhe como você fala. Não dá para relativizar nesse ponto. Ou você é um exemplo do que prega ou vai pagar um preço por isso”

Dia dezesseis de maio é comemorado o Dia Internacional das Histórias de Vida. Tem dia para tudo.

Por falar nisso, nesta semana, minha mulher Silvia e eu completaremos trinta e cinco anos de casamento. Bodas de Coral. Sempre uma alegria celebrar essa que é uma das minhas melhores histórias de vida. Mas nesse ano não haverá jantar de comemoração.

Ela estará em Passo Fundo, Rio Grande de Sul, no Centro de Tradições Gaúchas, o C.T. G. Lalau Miranda. A Missão: trabalhar como Voluntária nas ações de socorro às vítimas das recentes enchentes. Nada glamoroso: cozinhar, separar doações, limpar, dar alento, ouvir quem precisa. A reconstrução, que nem começou, está longe de acabar. Vai porque se sentiu “chamada”. Eu diria vocacionada, de vocação, do Latim vocare.

Interessante como usamos esse termo quase exclusivamente para as vocações religiosas, quando todos nós, de uma forma ou de outra, somos chamados para algo em nossas vidas. Profissionalmente, sim, nos vários campos de atuação que a arte e a ciência nos proporcionam, mas na vida pessoal também, sempre que optamos em assumir os papéis de cônjuge, pais, irmãos, amigos.

Para ficar apenas no campo profissional, atender a esse tipo de chamado significa estar atento a aptidões que possuímos naturalmente, talentos que fluem aparentemente sem querer, e que nos permitem fazer algo bem feito, acima da média. E não se engane: todos nós, sem exceção – temos um conjunto de Competências a nosso dispor que nos possibilita sermos diferenciados em alguma área do conhecimento. Não existe essa história de “eu não sirvo para nada”. É muito mais provável que a expressão correta seja “eu, ainda, não me achei”. Ainda.

Em Recursos Humanos chamamos a isso de C.H.A. – Conhecimento (informação para fazer), Habilidade (saber fazer) e Atitude (comportamento adequado para fazer).

É fundamental que estejamos muito atentos a esses três fatores, pois optar por uma determinada carreira, é muitas vezes uma opção para toda a vida. Estando no caminho certo, nenhuma carga de estudo ou trabalho nos pesa. Estar envolvido com o que gostamos de fazer nos tira do tempo e do espaço.

O contrário – fazer algo que não gostamos plenamente – é frustrante. Não quero dizer que aqueles que acham seu caminho profissional só encontram rosas pela frente. Há espinhos também. E quando os achamos a vocação fala ainda mais alto, pois o amor pelo que se faz é tão grande, que não nos importamos em tirá-los, um por um.

Também é importante dizer que as competências naturais ajudam muito na hora de escolher o caminho a seguir, nos faz chegar mais rápido ao nível de excelência em nossas áreas, mas não há nenhuma competência que não possa ser treinada, aprendida, se houver desejo real de fazê-lo e, acima de tudo, disciplina.

Nessa ida da Silvia ao Sul, identificamos outro ponto que me incomoda bastante. Na verdade, nos incomoda e deveria incomodar a todos. As falsas vocações. Conversando sobre a viagem com várias pessoas que possuem tempo e condições de doar um pouco do seu tempo, ouvimos: “Ah, eu gostaria tanto de ir, mas, …” Sempre há um “mas”.

Respeito muito àqueles que dizem claramente (e assim agem): “Eu tenho tempo e condições de me envolver, mas não quero”. Não interessa a razão, mas a coerência. É preciso coragem para ser coerente.

Minha inquietação é com a postura dos que discursam numa linha e caminham em outra. Proceder assim é algo que depõe muito contra o profissional e a pessoa que assim o faz.

Os norte-americanos têm uma expressão exata para isso: Walk the Talk. Caminhe como você fala. Não dá para relativizar nesse ponto. Ou você é um exemplo do que prega ou vai pagar um preço por isso.

Nos dias de hoje tropeçamos todos os dias, principalmente nas Redes Sociais e nos Grupos de WhatsApp com pessoas que possuem receita para resolver a vida de todos ao seu redor. Discursam bem demais, por isso influenciam, para usar um termo da moda, porém, agem quase nada. Muito cuidado com isso. É outra coisa que a vida cobrará.

Pensando nesses dois extremos, os que agem como falam e os que só discursam, lembro daqueles que talvez sejam o grupo mais difícil de lidar: os mornos. Nem lá, nem cá. Dante Alighieri teria dito uma frase que explica o que penso: “No inferno, os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise.”. É preciso respeitar a posição dos outros, mas devemos assumir as nossas.

Pois bem, no final, Silvia encontrou companhia – nossa Amiga-Irmã Mônica (sozinhas, as histórias dela – Chefe de Cabine da VARIG e Gol por muitos anos – dariam um livro) e enquanto escrevo esse texto, as duas voam para Passo Fundo.

Que mais e mais de nós encontremos nossas verdadeiras vocações e tenhamos disciplina e coragem de segui-las. Sucesso!

 

 Hudson Carvalho é Consultor em Gestão de Pessoas e Estratégia Empresarial, Diretor Executivo da Elabore Online – Resultados Através das Pessoas e Diretor da WISDOM – Gestão Organizacional (Desenvolvemos Pessoas e Processos) – Baixada Santista e ABCD

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