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terça, 02 de julho de 2024
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Hudson Carvalho

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Você merece ser feliz?

“Viver e não ter a vergonha de ser feliz…”
O que é, o que é?, sucesso na voz de Gonzaguinha.

 

Espero que você nunca tenha passado pela situação que vou descrever. Nem de um lado, nem do outro.

Imagine a cena: Você chega a um edifício de bom padrão, passa pela recepção e fica com a impressão de que alguém está te observando. Deixa essa impressão de lado e dirige-se ao elevador. Aperta o botão e, a seu lado, você encontra Fulano de Tal, seu antigo colega de trabalho numa das empresas onde trabalhou. Um abraço rápido e você diz:

– Fulano, que alegria te encontrar! Quanto tempo … Como vão as coisas?

– Indo …

Percebendo certo constrangimento do ex-colega, você arrisca:  – Estou subindo para visitar um cliente. Você trabalha no prédio?

– Não, estou indo a uma entrevista. A terceira nesta semana.

– Opa … (pausa longa). Que bom. Boa sorte! Vai dar tudo certo.

O elevador chega, a porta se abre e aqueles minutos adicionais até o andar onde cada um descerá são de total silêncio. Nada de falar que sua vida profissional vai bem, que seu casamento de muitos anos continua firme e que seus filhos cresceram e se tornaram seres humanos melhores do que você.

Sua última fala: – Então, tá … um abraço. Mande notícias.

Você vê Fulano saindo e fica, na boca, com o gosto amargo de estar bem e feliz.

Que coisa estranha! Estar feliz e ser bem sucedido lhe pareceu ser algo ruim. Será?

Perceba que estou tentando provocar uma reflexão profunda, embora fazendo uma análise rasa, de um assunto sério. Para simplificar, supus que Fulano está infeliz por estar desempregado, o que seria natural, e que estar bem profissionalmente e na vida pessoal seja suficiente para estar feliz. Sei que as medidas de felicidade e bem estar são muito mais complexas do que isso.

Digo isso não para “culpar” Fulano sobre seu atual mal estar. Muito menos justificar o amargor da sua boca. O que quero dizer é que provavelmente ambos estejam errados. Nem um, nem outro merecem esses sentimentos. Creio firmemente que não existe destino como algo pré fixado, do qual não conseguiremos fugir jamais, porque está escrito em pedra. Nossa condição atual é consequência das decisões que tomamos ao longo da vida. Aliás, nem mesmo as más decisões carregam culpa. Elas podem ser tomadas em um contexto do qual muitas vezes não podemos fugir.

E felicidade, convenhamos, não é um estado permanente. Todos temos dias bons para comemorar e ruins para enfrentar e vencer.

Então estou aceitando tudo o que nos acontece, como se a vida – boa ou ruim – fosse apenas fruto de uma sequência aleatória de decisões? Não!!

Quero convencê-lo de algumas coisas:

1)     Nada de crucificar quem faz sucesso, como se sua vida fosse fácil todo o tempo e tudo lhe viesse quase de graça. Anos e anos de trabalho duro, as recompensas chegam e alguém diz: “Esse nasceu virado para Lua. Que sorte!”;

2)     Recuse-se a tratar quem está em má situação como se fosse um fraco todo o tempo, de quem devemos, no máximo, ter pena. Nada disso. Talvez seja de uma chance, de um empurrão, que essa pessoa precisa. Vamos entender o que acontece e, se possível, ajudar. Se não, faça como dizia minha tia Edith: “Muito faz quem não atrapalha”;

3)     Capriche nas decisões: lembre-se do que escrevemos lá em cima. Tudo que se faz – pequeno ou grande – carrega consequências. Há um texto que explica muito bem essa questão, conhecido como A Parábola dos Talentos (nome da moeda da época), que resumo e atualizo, assim:

Um poderoso empresário, antes de sair de férias, chamou três de seus executivos e “deu cinco talentos a um deles, ao outro, dois, e ao terceiro, apenas um, conforme sua capacidade”. Na volta, chamou-os novamente e perguntou o que haviam feito com os “talentos”: Os que haviam recebido cinco e dois trabalharam, dobraram a quantia e foram promovidos. O que havia recebido apenas um devolveu-o ao seu chefe, alegando que teve medo de arriscar-se e perder. Foi demitido.

Troque a figura de empresário por você mesmo, no comando de sua vida. A palavra “talento” entenda como as competências, habilidades e comportamentos que você possui. Trabalhe sobre eles, multiplique-os e colha os resultados das boas decisões.

As oportunidades aparecem para quem está atento a elas e preparado para aproveitá-las. E fazer sucesso.

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