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A BR-277 tem sofrido interdições em razão de rachaduras e afundamento de pista, além de deslizamentos de encostas Crédito: Reprodução/Dnit

Região Sul

Paraná estima R$ 600 milhões com problemas na BR-277

16 de março de 2023 às 11:05
Cássio Lyra Enviar e-mail para o Autor

Via é o principal acesso ao Porto de Paranaguá, mas vem sofrendo interdições frequentes, prejudicando o escoamento da soja

Principal acesso ao Porto de Paranaguá (PR), a BR-277 tem sofrido interdições em razão de rachaduras e afundamento de pista, além de deslizamentos de encostas. Tudo isso vem causando transtornos aos produtores agrícolas do Paraná, que buscam alternativas para escoar a safra da soja. Uma projeção feita pela Federação da Agricultura do Paraná (Faep) estima um prejuízo de até R$ 600 milhões caso toda a produção seja direcionada para o Porto de Santos (SP).

O Departamento Técnico e Econômico do Sistema Faep/Senar-PR chegou a esse valor baseado no gasto com frete. No trajeto Cascavel-Paranaguá, que tem 600 quilômetros de distância, o custo para um caminhão com sete eixos e capacidade para 57 toneladas é, em média, de R$ 4,86 por saca de soja. Já de Cascavel a Santos são mil quilômetros. Nesse caso, o frete fica em R$ 7,73 por saca. Ou seja, 60% mais caro.

O Paraná é o segundo estado que mais produz soja no Brasil. De acordo com o Governo Estadual, a previsão para a atual safra é de 21 milhões de toneladas colhidas, o que representa 14% da produção nacional. A cidade de Cascavel, usada no cálculo da Faep, fica na região oeste, a maior produtora de soja do Paraná.

Reparos

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) iniciou serviços para conter o avanço de fendas causadas pelo afundamento na BR-277 no trecho do km 33, que causou o bloqueio parcial desde o dia 8 de março. A rodovia federal é a principal estrada que dá acesso ao litoral do Paraná e principal acesso ao Porto de Paranaguá.

O Dnit afirmou que no último sábado, equipes realizaram a instalação de tachões no eixo do desvio. A pista de descida foi interditada em uma extensão de 1,1 quilômetro.

A autarquia federal salientou que os técnicos já concluíram os levantamentos de topografia. Desde a manhã de quarta-feira, equipes técnicas estiveram no local realizando ensaios de sondagem do solo em diversos pontos para avaliar a melhor solução no trecho. “A rodovia está parcialmente interditada e o tráfego de veículos ocorre em pista simples por meio de desvio no local”, afirmou, em nota.

Questionado pelo BE News sobre a duração dos trabalhos, o Dnit não respondeu em quanto tempo o serviço será concluído. Não há previsão de liberação total do trecho.

Também na BR-277, o Dnit informou que no km 41,5 equipes realizam serviços de contenção da encosta com telas de proteção, chumbadoras e hastes. Os serviços estão cerca de 60% executados. A expectativa é que os trabalhos de recuperação continuem até o final de março. A rodovia está parcialmente interditada e o tráfego de veículos ocorre em pista simples por meio de desvio no local.

“Já no km 40 e no km 41,4 os serviços de recuperação estão sendo realizados pelo Governo do Estado do Paraná, após a assinatura de um Acordo de Cooperação Técnica”, disse o Dnit.

Paranaguá

A Portos do Paraná, Autoridade Portuária administradora dos Portos de Paranaguá e Antonina, informou que tanto a descarga de caminhões e vagões quanto o carregamento dos navios pelos portos de Paranaguá e Antonina seguem normalmente.

Nesta semana, em média, cerca de 1.300 caminhões por dia têm sido recebidos no pátio público de triagem, local onde os transportadores aguardam antes de seguir para descarregar os granéis sólidos de exportação no Porto de Paranaguá.

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