Terminais miram 9,4 milhões de toneladas

Embarques podem eventualmente ser impactados pelas questões climáticas na região

Os terminais do Porto de Paranaguá estão com alta expectativa para o terceiro trimestre a respeito do volume de embarque de granéis de exportação pelo cais paranaense. A projeção é que o embarque possa chegar a 9.428.300 toneladas nos próximos três meses. O total esperado para os meses de julho, agosto e setembro é cerca de 32,5% acima das 7.117.509 toneladas carregadas no mesmo período, em 2022.

Os terminais e os operadores esperam por uma alta demanda que vem, principalmente, pela chegada da nova safra de milho. De acordo com a Portos do Paraná, entre os produtos que estão nessa previsão estão soja, milho e farelo.

Um dos fatores que contribui para a produtividade no embarque dos granéis sólidos de exportação foi a dragagem de berços. Com berços dragados, os navios podem receber mais carga, com segurança.

“Nossa performance neste ano foi melhorada. O navio tem conseguido carregar mais e, assim, garantido mais eficiência na operação”, comenta o diretor. Segundo ele, os tempos de espera, de atracação e desatracação dos navios foram reduzidos. “Hoje temos índices mais positivos e seguimos incrementando. Pretendemos ampliar ainda mais a nossa capacidade de embarque. Atender o volume esperado para o terceiro trimestre do ano será um desafio grande. Porém, a expectativa é muito positiva”, analisou Gabriel Vieira, diretor de Operações da Portos do Paraná.

O executivo da Autoridade Portuária ponderou que o principal desafio que os terminais terão nos próximos meses será o fator climático. Períodos chuvosos impactam não apenas no embarque dos produtos, mas também na colheita.

Das 9.428.300 toneladas esperadas para o próximo trimestre do ano, 4.006.000 devem ser de soja em grão, 1.920.000 de açúcar, 1.904.000 de milho e 1.598.300 de farelo de soja. Os dados foram divulgados pela Portos do Paraná.

Segundo o diretor da Associação dos Terminais do Corredor de Exportação de Paranaguá (Atexp), André Maragliano, esse aumento expressivo na expectativa de embarque no terceiro trimestre se deve, principalmente, ao milho.

Já sobre a questão que envolve a soja, o produtor aproveita que o preço está subindo novamente para seguir exportando e, assim, abrir espaço para a nova safra de milho (2ª safra).

“Na questão do milho, o Brasil deve produzir quase dez milhões de toneladas a mais que na safra passada. Além disso, existe uma demanda do mercado internacional. Então, o milho vem forte”, comentou Maragliano.

Mais expectativas

A previsão também é alta para o açúcar. Segundo Osvaldo Inácio da Silva Junior, gerente Administrativo e Financeiro da Pasa, principal terminal de embarque do produto no Porto de Paranaguá, o volume expressivo de açúcar esperado para o terceiro trimestre do ano se justifica por diversos fatores.

“A produção de cana está sendo boa e os preços estão bastante atrativos para o exportador. Além disso, a expectativa de quebra de safra na Tailândia e na Índia, importantes mercados internacionais, faz com que os importadores reservem estoque na produção brasileira. O início da colheita se intensificou na 2ª quinzena de abril. Então, agora, os exportadores estão correndo para cumprir os contratos. Aqui, estamos prontos para atender essa demanda”, analisou.