De acordo com o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), importar pelo porto paranaense traz vantagens para as empresas paraguaias Crédito: Divulgação
Internacional
Paranaguá vira rota alternativa para o Paraguai
Cobrança de 1,47 dólares por tonelada transportada no trecho de 1.180 km da hidrovia está em vigor desde janeiro
O pedágio fluvial argentino para embarcações no trecho que corresponde a Confluência Santa Fé e Paso Queso, do Eixo Fluvial Paraguai-Paraná, vem se tornado um problema para importadores e exportadores do Paraguai. Enquanto uma revisão por parte do governo da Argentina já foi solicitada, a estratégia tem sido a alternativa que envolve o Porto de Paranaguá.
A Resolução nº 1023/2022, do Ministério dos Transportes da Argentina, aprovou a cobrança de 1,47 dólares por tonelada transportada no trecho de 1.180 quilômetros da hidrovia. Segundo o Governo Argentino, o objetivo é que o imposto seja utilizado em obras de dragagem e sinalização. A cobrança passou a entrar em vigor em janeiro deste ano.
Em meio à insatisfação de importadores e exportadores, a Federação Paraguaia de Produção, Indústria e Comércio (Feprinco) já entrou com uma solicitação ao governo do país pedindo a revisão do plano. Até o momento, a cobrança do pedágio segue inalterada.
Em nota, a Feprinco disse que pediu ao governo nacional “que adote as medidas necessárias para a retificação imediata desta situação. Esta imposição representa uma violação dos regulamentos bilaterais entre Argentina e Paraguai, afetando toda a costa logística de nosso país”.
Com a medida em vigor, importadores buscam alternativas logísticas, sendo uma delas o Porto de Paranaguá que, segundo autoridades, tem ganhado força no mercado do Paraguai. De acordo com o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), importar por esse porto traz vantagens para as empresas paraguaias, que serão potencializadas pela nova ponte que ligará Brasil e Paraguai.
No cenário atual, o TCP é a principal alternativa brasileira para o comércio exterior.
“Uma das vantagens da rota terrestre é o tempo de viagem: 25 a 30 dias mais rápido do que por barcaça. Outra vantagem presente no TCP é a existência do Depósito Franco”, afirmou André Frigotto, coordenador comercial para o Paraguai da TCP.
Outro fator que faz Paranaguá ser atrativo é o transporte terrestre a partir da construção da Ponte da Integração Internacional, que será a segunda estrutura do Paraná a ligar Brasil e Paraguai. Segundo autoridades, essa via irá estimular ainda mais o mercado regional. Segundo Frigotto, a obra será responsável por revolucionar o comércio entre os dois países, permitindo um trânsito de mercadorias mais rápido e eficiente.
“Com a nova ponte, a expectativa é desviar o trânsito da Ponte da Amizade. A nova estrutura será ligada ao perímetro leste, que levará os caminhões diretamente à BR-277. É um trabalho que comprova o interesse do Brasil em investir em logística e atrair cada vez mais paraguaios para as rotas brasileiras”, explicou.
Segundo o governo paranaense, a estrutura da Ponte da Integração já está finalizada, contudo, ainda faltam os retoques finais, que estão em andamento, como a instalação dos guarda-corpos interno e externo.
A Secretaria de Infraestrutura e Logística do Paraná informa que a previsão de conclusão das obras perimetrais é dezembro de 2023, mas o prazo será revisto nos próximos meses, dependendo do andamento dos serviços.