O levantamento realizado pela UFC abrangeu 355 cidades, evidenciando que os parques eólicos aumentaram em 23% os empregos formais e elevaram a massa salarial em 27,51% (Foto: Divulgação/Grupo CPFL)
Região Nordeste
Parques eólicos no Nordeste elevam PIB per capita e geram empregos
Estudo premiado aponta aumento de 27% na massa salarial e benefícios duradouros em cidades com energia renovável
A instalação de parques eólicos no Nordeste tem transformado o cenário econômico e social dos municípios da região. Pesquisa realizada por especialistas da Universidade Federal do Ceará (UFC) revelou que o Produto Interno Bruto (PIB) per capita cresceu 20% entre 2001 e 2022 em cidades com usinas eólicas. O estudo, premiado no 9º Prêmio Tesouro Nacional de Finanças Públicas, comparou os dados de municípios com e sem parques eólicos, destacando os impactos positivos dessa fonte de energia.
As usinas analisadas foram financiadas pelo Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), sob gestão da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). O levantamento abrangeu 355 cidades, evidenciando que os parques eólicos aumentaram em 23% os empregos formais e elevaram a massa salarial em 27,51%, embora sem alterações significativas na remuneração média dos trabalhadores.
O setor industrial foi o maior beneficiado pela presença das usinas, com um aumento de 105% no valor adicionado para parques em operação e de 32% durante a construção. O segmento de serviços também apresentou alta, com um crescimento de 10,78% no valor adicionado em municípios com empreendimentos eólicos funcionando.
No entanto, a construção das usinas gerou impactos negativos no setor agropecuário, com redução de 8,9% no valor adicionado. O estudo atribui essa perda à desocupação temporária de terras agrícolas, destacando que, após a conclusão das obras, não foram observados efeitos negativos duradouros.
A pesquisa também apontou que o impacto econômico se intensifica ao longo do tempo, com o funcionamento dos parques. Entre as cidades cearenses que se destacam pelos benefícios das eólicas estão Acaraú, Amontada, Beberibe, Camocim e Tianguá.
Para maximizar os benefícios, a Sudene busca interiorizar os investimentos por meio do Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE). A instituição também incentiva a criação de cursos em universidades locais para formar profissionais capacitados para o setor.
A Sudene destaca que a busca por parcerias com instituições como o Banco dos Brics, Banco Mundial e Agência Francesa de Desenvolvimento para financiar novos projetos e fortalecer as economias locais também reforça o incentivo aos investimentos em energia limpa.