O Porto do Pecém (CE) vai receber as operações de tancagem que são feitas, até então, no Porto de Fortaleza (CE). A mudança de local dos terminais era uma demanda antiga, já que o Porto de Fortaleza fica em área residencial e este tipo de movimentação traz riscos de acidentes graves. Foto: Divulgação
Região Nordeste
Pecém vai receber tancagem que operava no Porto de Fortaleza
Investimento será de R$ 800 mi, com previsão de início das obras em janeiro do ano que vem
O Porto do Pecém (CE) vai receber as operações de tancagem que são feitas, até então, no Porto de Fortaleza (CE). A mudança de local dos terminais era uma demanda antiga, já que o Porto de Fortaleza fica em área residencial e este tipo de movimentação traz riscos de acidentes graves.
Nesta semana, o Governo do Ceará e o Grupo Dislub Equador detalharam o projeto do novo Terminal de Armazenamento e Distribuição de Combustíveis (tancagem) que será instalado no Pecém. De acordo com as informações, o investimento será de R$ 430 milhões na primeira fase, sendo R$ 343 milhões financiados pelo Banco do Nordeste.
A expectativa é gerar 500 empregos durante a obra, que começa em janeiro de 2025 e deve ser concluída em agosto de 2027, e 100 durante a operação.
O presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, ressaltou que 80% do valor do financiamento já foi contratado e destacou a importância da liberação de recursos para garantir o cumprimento do cronograma. “Em dezembro, teremos condições de desembolsar cerca de R$ 240 milhões, permitindo que a empresa se planeje adequadamente”, disse Câmara.
“Nós vamos iniciar a solução de um sonho do povo de Fortaleza, que é o deslocamento da tancagem do Mucuripe (Fortaleza) para o Porto do Pecém. Tenho certeza de que isso garantirá uma maior competitividade na distribuição de combustíveis no estado do Ceará”, afirmou o governador Elmano de Freitas (PT).
A execução do projeto ficará a cargo da Terminais Marítimos do Brasil S.A. (TMB), empresa do grupo pernambucano Dislub Equador, que atua há mais de 20 anos no Norte e Nordeste do Brasil. Sérgio Lins, presidente da Dislub, ressaltou o diferencial do novo terminal: “Atualmente, no Mucuripe, as empresas operam com bases de combustíveis próprias, o que limita contratos com outras distribuidoras. Nosso terminal será aberto a qualquer distribuidora regularmente registrada na ANP, o que cria mais competitividade no mercado”, explicou Lins.
A estrutura do terminal incluirá tanques para armazenar combustíveis derivados de petróleo (gasolina, diesel S10 e querosene de aviação), biocombustíveis (biodiesel B100, etanol anidro e hidratado), BTX e alcatrão. Na primeira fase, a área construída será de 130 mil metros cúbicos, com capacidade para atingir 220 mil metros cúbicos, ampliando a capacidade de armazenamento e distribuição de combustíveis no Nordeste.
O presidente do CIPP, Hugo Figueiredo, destacou a relevância do projeto dentro do contexto de desenvolvimento do Complexo do Pecém. “Este terminal de tancagem é um dos muitos projetos importantes que entram em fase de execução no Pecém, o que fortalecerá ainda mais nossa infraestrutura”, afirmou Figueiredo.
Fortalecimento
O projeto faz parte de um conjunto de iniciativas para fortalecer o Complexo do Pecém, incluindo a expansão da ferrovia Transnordestina, que deverá dobrar a movimentação de cargas no porto, e a construção do Hub de Hidrogênio Verde, que prevê investimentos de US$ 24 bilhões. O governador anunciou também no encontro que as obras de modernização e ampliação do Porto do Pecém terão início no início de 2025, além da conclusão da Transnordestina, que contribuirá para a melhoria da logística regional.
Novos investimentos
O Porto do Pecém vai receber dois novos berços, um no Píer 2 e outro no Terminal de Múltiplas Utilidades (TMUT), para dar suporte ao aumento de demanda relacionada a essa mudança de terminal de tancagem e também o hub de hidrogênio verde que será instalado no local.
Será criado um corredor de utilidades compartilhadas, onde vão circular os dutos de amônia, gás natural, hidrogênio, água e a rede de energia elétrica. A obra contará com um investimento de mais de R$ 800 milhões, com financiamento de cerca de R$ 540 milhões do Banco Mundial e o restante do CIF (Climate Investment Funds), além de contrapartida de R$ 60 milhões do Pecém. A previsão de conclusão da obra é de 40 meses, com licitação internacional já em andamento.