Em seu discurso, Pedro Nuno Santos disse que este “é um momento difícil na vida da sua força política”, mas que os portugueses conhecem os seus “erros e cicatrizes”Crédito: Reprodução
Portugal
Pedro Nuno Santos anuncia candidatura a secretário-geral do PS
Eleição interna está marcada para dezembro e acontecem na sequência da demissão de António Costa do cargo de primeiro-ministro
O deputado e ex-ministro das Infraestruturas de Portugal, Pedro Nuno Santos, apresentou a sua candidatura ao cargo de secretário-geral do Partido Socialista (PS), na sede nacional do partido, em Lisboa, na tarde da última segunda-feira (14).
A eleição interna está marcada para os dias 16 e 17 de dezembro e acontece na sequência da demissão do atual líder do PS, António Costa, das funções de primeiro-ministro, anunciada no último dia 7 de novembro.
Em sua fala, Pedro Nuno disse que este “é um momento difícil na vida da sua força política”, assumindo que cometeu erros no seu percurso político e que os portugueses conhecem os seus “erros e cicatrizes”.
Nuno referiu-se ao seu pedido de demissão do cargo de ministro em dezembro do ano passado, após ser envolvido em um escândalo sobre o pagamento de uma indenização milionária a uma funcionária da companhia aérea estatal TAP, cuja gestão é subordinada à pasta – liderada por Nuno na época.
Nuno garantiu que o PS seguirá tendo como prioridades o combate à corrupção, a presunção da inocência e o respeito pela independência das magistraturas.
Eleição e reviravolta
Devido à demissão do primeiro-ministro, no último dia 7, Portugal antecipou as eleições legislativas para 10 de março de 2024, marcadas pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
António Costa é alvo de uma investigação do Ministério Público (MP) no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeita de envolvimento num processo relacionado com negócios sobre o lítio, o hidrogênio verde e um centro de dados em Sines, onde António teria atuado para desbloquear procedimentos.
Mas, o caso teve uma reviravolta no último dia 11, quando o consultor Diogo Lacerda Machado foi interrogado pelos promotores e deixou claro que o MP se enganou ao transcrever a escuta. Onde se lia na denúncia o nome de António Costa, deveria ler-se António Costa e Silva, que é o ministro da Economia de Portugal.
Ao jornal Expresso, o presidente do Sindicato dos Magistrados do MP, Adão Carvalho, disse que Costa “não tinha nada que ter se demitido” e que tem certeza de que a Procuradoria-Geral da República e o próprio procurador que dirige as investigações ficaram surpresos com esse gesto.
Agora, António Costa espera na residência oficial de São Bento que o presidente de Portugal escolha um nome para substituí-lo. O PS tem ampla maioria no Parlamento e os demais partidos já se articulam para disputar as eleições ao cargo, em março.