A interrupção das operações ocorreu devido à abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Estreito, necessária para controlar o volume do reservatório durante o período de chuvas (Foto: Divulgação/MB)
Região Norte
Ponte JK: Marinha retoma buscas para localizar desaparecidos
Após ajuste na hidrelétrica de Estreito, buscas por vítimas voltam com equipes especializadas
A Marinha do Brasil (MB) retomou na quinta-feira (9) as operações de mergulho para localizar as vítimas do desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre Maranhão e Tocantins. Até o momento, 14 pessoas foram localizadas e identificadas, enquanto três seguem desaparecidas.
A interrupção das operações ocorreu devido à abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Estreito (MA), necessária para controlar o volume do reservatório durante o período de chuvas. A retomada foi possível após o Consórcio Estreito Energia (Ceste) sinalizar que poderia reduzir a vazão por alguns dias, permitindo novas janelas de mergulho.
“Essa situação deverá ser reavaliada a cada novo período. Na quarta-feira (8), a MB precisou deslocar a Base Avançada de Mergulho para uma área mais elevada em relação à sua posição original, uma vez que o local em que aquela se encontrava corria risco de alagamento devido ao aumento da vazão das águas da usina fora das janelas de mergulho”, afirmou a Marinha.
Entre os desaparecidos estão Salmon Alves Santos, de 65 anos, Felipe Giuvannuci Ribeiro, de 10 anos, avô e neto, respectivamente, e Gessimar Ferreira da Costa, de 38 anos. O desabamento, ocorrido em 22 de dezembro de 2024, envolveu 18 pessoas em veículos que caíram no Rio Tocantins, incluindo caminhões transportando cargas perigosas, como ácido sulfúrico e agrotóxicos.
Após o acidente, a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) analisaram a qualidade da água do rio. Apesar de não haver indícios de contaminação até o momento, o Ibama alertou que “enquanto o material químico estiver depositado no Rio Tocantins, persiste o risco de eventual rompimento dos recipientes e consequente contaminação da água”. Empresas transportadoras foram acionadas para elaborar planos de emergência em resposta ao desastre.
Equipes especializadas, incluindo 64 mergulhadores e drones subaquáticos, continuam as buscas, que também contam com acompanhamento ambiental para evitar danos ao ecossistema local.