O novo empreendimento será implantado em uma área de 312.514m², com investimentos na ordem de R$ 3 bilhões e deverá aumentar a capacidade de escoamento de minério de ferro pelo porto em cerca de 30 milhões de toneladas por ano.
Região Sudeste
Porto de Itaguaí deve licitar três áreas neste ano
Com mais de 2 milhões de metros quadrados de espaço disponível, a Autoridade Portuária prevê licitar uma área de apoio operacional, além de dois terminais de granéis sólidos.
O Porto de Itaguaí (RJ), junto à Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquários, prevê licitar ainda em 2022 uma área de apoio operacional e dois terminais de granéis sólidos. Os projetos visam a ampliação do complexo, que ainda tem mais de 2 quilômetros quadrados de área disponível, e trariam investimentos superiores a R$ 3 bilhões.
De acordo com a Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), a autoridade portuária, os projetos fazem parte de uma grande expansão pensada para o porto, que completou 40 anos no último dia 7, e os estudos para a exploração dessas novas áreas já estão em curso.
Um dos terminais de granéis, o ITG 03, já teve um processo de arrendamento simplificado no ano passado, mas, segundo a CDRJ, o mercado entendeu que o modelo não estava aderente às necessidades de investimentos para a área. Por isso, um novo estudo para um arrendamento ordinário está sendo feito e a licitação deve ocorrer até o fim deste ano.
Já os estudos do terminal ITG 02 estão sendo adequados pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL). A meta da Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquários é de publicar o edital também até o fim deste ano.
O projeto de implantação de uma Área de Apoio Logístico (AALP), por sua vez, está sendo conduzido pela equipe interna da CDRJ. A estimativa é de concluir os trâmites até o final deste semestre, com expectativa de licitação no início do segundo semestre de 2022.
“Estamos aprimorando cada vez mais nossas condições operacionais e de infraestrutura, que atendam às necessidades do mercado com segurança e qualidade”, disse o superintendente de Gestão Portuária de Itaguaí e Angra dos Reis, Alexandre Neves.
Dutovia
Existe ainda um ambicioso projeto que prevê conectar o porto por uma dutovia às bacias produtoras de óleo e gás do pré-sal, na Bacia de Santos. O objetivo é que o escoamento do gás produzido no Campo de Bacalhau, a 185 km do litoral de Ilhabela (SP), seja feito por Itaguaí.
O diretor de Negócios e Sustentabilidade, Jean Paulo Castro e Silva, explica que os investimentos na obra estão estimados em R$ 5 bilhões.
A dutovia, denominada Rota 4B, teria 300 quilômetros de extensão, capacidade de transportar 15 milhões de metros cúbicos de gás por dia e colocaria o Rio de Janeiro no centro da maior iniciativa desenvolvida a partir do Novo Mercado de Gás, programa lançado pelo Governo Federal em 2019.
“Os investimentos na dutovia são muito relevantes para todo o estado do Rio de Janeiro, eis que permitirá o escoamento do gás natural a ser produzido na Bacia de Santos e seu processamento na área do Porto de Itaguaí, com a subsequente distribuição para o mercado doméstico e exportação dos excedentes”, detalha o diretor Jean Paulo.
Obras
O Porto de Itaguaí concluiu neste mês uma importante obra, que foi a remoção de um corpo rochoso que limitava a profundidade do canal principal do complexo em 19,50 metros e, consequentemente, o calado em 17,80m. Agora, toda a extensão do canal tem profundidade mínima de 20m, o que atende aos navios maiores de minério de ferro, principal carga movimentada pelo complexo.
O corte da rocha custou R$ 14,3 milhões, e foi viabilizado por investimento privado realizado pelo TUP Porto Sudeste.
Outra obra, esta em fase de licenciamento ambiental, com previsão de início para o segundo semestre deste ano, é a dragagem do canal derivativo, com investimento de R$ 263 milhões. Será feito o aprofundamento e alargamento do canal visando atender aos navios-tipo que demandam os diversos terminais, diminuindo a dependência de utilização do canal do terminal privado da Ilha Guaíba (TIG), de titularidade da empresa Vale.
Estão previstos ainda estudos para a implantação do Canal Leve, paralelo ao canal principal. O intuito é criar uma mão dupla que permita o cruzamento de navios, o que geraria aumento na taxa de ocupação dos berços e, consequentemente, ganhos de produtividade operacional para os terminais e para o porto.
Porém, a CDRJ enfatiza que, por ser um projeto de caráter inovador, depende de aprovação por parte da Marinha do Brasil. A apresentação dos estudos à Autoridade Marítima deve acontecer no segundo semestre de 2022.
”A implantação dependerá da dinâmica do processo, mas acredita-se que no decorrer de 2023 tenhamos concluído todo o projeto e sua execução”, explicou em nota a assessoria da Companhia Docas do Rio de Janeiro.