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De 2019 até 2021, foram aplicados mais de R$ 437 milhões nos portos paranaenses. Neste ano, as obras em andamento já somam R$ 77,67 milhões, em recursos próprios.

Região Sul

Porto de Paranaguá: exportação de soja cresce 25%

29 de abril de 2022 às 12:42
Vanessa Pimentel Enviar e-mail para o Autor

Quase 5 milhões de toneladas foram embarcadas no primeiro trimestre. Mas cenário pode mudar

O Porto de Paranaguá (PR) registrou aumento de 25% na exportação do complexo soja nos três primeiros meses do ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Foram 4,97 milhões de toneladas embarcadas do produto em grãos, óleo ou farelo, contra 3,98 milhões de toneladas registradas entre janeiro, fevereiro e março de 2021. 

Os dados foram divulgados ontem pela Portos do Paraná, a Autoridade Portuária de Paranaguá.

O maior crescimento foi registrado no óleo de soja: 57,3%. Foram mais de 327 mil toneladas carregadas no trimestre atual, contra 208 mil toneladas no período em 2021.

Neste ano, além das exportações estarem em alta, não houve ainda registro de qualquer volume importado do complexo soja, segundo a Autoridade Portuária. Dado que difere do ano passado, quando houve o desembarque de  45,5 mil toneladas de óleo de soja no período.

“Ao que tudo indica, apesar da quebra na safra, boa parte da produção tem ficado também no mercado interno”, disse  Luiz Fernando Garcia, diretor-presidente da Portos do Paraná.

Em relação ao farelo de soja, foram exportadas 1,34 milhão de toneladas, volume 38,4% maior que as 970 mil toneladas registradas no ano passado.

“O Paraná tem um dos principais parques esmagadores de soja do Brasil. Inclusive, a tendência é que o País importe soja em grão e exporte o farelo, que tem maior valor agregado”, afirmou o diretor-presidente.

Quanto à exportação de soja em grão, a alta foi de 17,6%. Neste ano, de janeiro a março, 3,3 milhões de toneladas saíram do País pelo Porto de Paranaguá. No mesmo período, em 2021, foram 2,8 milhões de toneladas.

Mas este cenário pode mudar nos próximos meses, com a diminuição da exportação do produto e até a necessidade de se importar soja. O alerta é do economista Marcelo Garrido, do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) do Paraná. 

De acordo com Garrido, a alta observada nas exportações de soja pelos Portos do Paraná é reflexo do aumento da demanda de alimentos no mundo. “Nos últimos anos, o consumo mundial tem crescido e feito com que as exportações dos países produtores de alimentos acompanhem esta demanda”, explicou.

Outro fator que favoreceu o Brasil nos últimos anos, segundo o economista, são as cotações cambiais, que de uma forma geral beneficiam os produtos brasileiros no mercado internacional.

Mas, com um menor volume da commodity disponível neste ano – o Deral prevê quebra de 39% da safra de soja no estado do Paraná – e uma demanda interna crescente, a tendência é que a parcela direcionada à exportação nos próximos meses seja reduzida, analisa Marcelo. “Como tivemos uma safra menor neste ano e a demanda interna é grande, é possível que haja, inclusive, a necessidade de importação”, pontuou. 

Produção nacional

Os dados deste mês do acompanhamento da safra brasileira de grãos, feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), indicam que a produção nacional de soja para o ano é de 122,4 milhões de toneladas, uma redução de 11,4% em relação à safra anterior. A área colhida já chegava a 75,8% do total quando o levantamento foi feito, na terceira semana de março. 

As chuvas ocorridas em praticamente todo o País ajudaram na recuperação de uma pequena parcela de lavouras semeadas tardiamente na Região Sul e no Mato Grosso do Sul. Mas não reverteram o cenário de queda da produtividade, já anunciado em levantamentos anteriores. 

O Rio Grande do Sul segue como o estado mais atingido pelo deficit hídrico em novembro e dezembro de 2021, seguidos por Paraná e Mato Grosso do Sul. 

Em cenário oposto, a maioria dos outros estados conseguiu produtividade superior à obtida na última safra, com destaque para o Piauí, que tem registrado rendimentos 12,7% superiores até o momento. 

Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás já se aproximam do final da colheita, superando mais de 97% da área semeada. E as estimativas indicam produtividade nacional média de 3.000 kg/ha e uma produção brasileira total de 122,43 milhões de toneladas, queda de 14,9% e 11,4%, respectivamente. A queda na produção só não foi maior devido ao aumento de 4,1% da área semeada, alcançando 40.804,9 milhões de hectares nesta safra.

Paraná

Na análise estadual, o Paraná segue para a finalização da safra, com 83% da área já colhida. As lavouras mais a oeste do Estado, com fases mais adiantadas, foram as mais prejudicadas pela estiagem, com perdas bastante acentuadas. 

As lavouras mais tardias, apesar de também terem sido afetadas pela pouca chuva, têm apresentado melhores produtividades.

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