De 2019 para cá foram arrendadas três áreas que renderam mais de R$ 110 milhões em investimentos no porto. Crédito: José Fernando Ogura/Arquivo AEN
Região Sul
Porto de Paranaguá inicia 2023 com leilão de duas áreas agendado para fevereiro
Com arrendamentos, a Portos do Paraná prevê investimentos de R$ 1,2 bilhão no complexo portuário
O Porto de Paranaguá (PR) começa 2023 com duas áreas operacionais prontas para serem arrendadas em leilão que já tem data prevista para acontecer: 24 de fevereiro, na Bolsa de Valores do Brasil (B3), em São Paulo. Com os arrendamentos, a empresa pública Portos do Paraná, que administra o complexo, prevê investimentos de R$ 1,2 bilhão.
Uma delas é a PAR09, destinada à movimentação e armazenagem de granéis sólidos vegetais, com mais de 26 mil metros quadrados disponíveis. A outra é a PAR50, voltada aos granéis líquidos, composta por 85 mil metros quadrados. Ambas ficam no lado oeste do cais do Porto de Paranaguá. Em relação aos investimentos, são esperados R$ 910,6 milhões para a PAR09 e R$ 338,2 milhões para a PAR50.
Além das duas áreas, a PAR14 e PAR15 estão em processo para futura licitação. Elas passaram por consulta e audiência públicas no ano passado e, atualmente, as contribuições recebidas estão sendo analisadas. As respostas serão publicadas nos sites da Portos do Paraná e da Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq). Na sequência, o processo segue para o Tribunal de Contas da União (TCU).
Localizadas a leste do Porto de Paranaguá, as áreas são destinadas à movimentação e armazenagem de granéis sólidos vegetais. A PAR14 tem 49.841 m² e prevê investimento de R$ 1,2 bilhão. Na PAR15, com 38.859 m², o montante estimado é de R$ 656,8 milhões. Ambas são áreas já ocupadas e operacionais.
A Autoridade Portuária prepara ainda estudos sobre dois outros leilões, envolvendo a PAR03 e a PAR05. Com estudos mais avançados, a PAR03 será destinada à movimentação e armazenagem de granéis sólidos minerais, principalmente fertilizantes. A área tem 38 mil m² e engloba o pátio localizado em frente à sede administrativa da Portos do Paraná e o Terminal Público de Fertilizantes. O levantamento preliminar aponta a necessidade de investimentos mínimos de R$ 233 milhões, valor que ainda pode ser alterado.
Já a área da PAR05 possui 30 mil m² e está com os estudos em fase inicial.
Segundo o gerente de arrendamentos da empresa pública, Rossano Reolon, o objetivo é regularizar as áreas e atrair novos investimentos. “Isso significa garantir estruturas modernas e otimizadas, que dão mais eficiência nas operações portuárias e geram mais empregos e renda. Os negócios são atrativos para o mercado e os processos transparentes e abertos para toda comunidade portuária”, explica Reolon.
O diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, destacou que os leilões dão maior segurança jurídica e operacional para o porto. “Além dos vencedores terem as obrigações de investir nas áreas, que ao final do período do arrendamento voltam para o poder público, o porto passou a receber os valores dos lances vencedores, que até 2019 iam para o governo federal”, disse Garcia.
LEILÕES FINALIZADOS
A Portos do Paraná também publicou um balanço sobre os leilões finalizados nos últimos quatro anos. Segundo o órgão, a primeira área a ir a leilão, em 2019, foi a PAR01, arrematada pela Klabin. O novo armazém já está em operação e fica em área de cerca de 27,5 mil m² no cais do Porto de Paranaguá, com conexões viárias e ferroviárias e capacidade de movimentar até 1,2 milhão de toneladas de celulose por ano.
Já a PAR12 foi arrematada em dezembro de 2020, sob responsabilidade da Portos do Paraná. O lance vencedor, de R$ 25 milhões, foi da Ascensus Gestão e Participações. A área tem 74,1 mil m², com capacidade estática para 4 mil veículos. A construção está em andamento e a previsão é que as operações sejam iniciadas ainda no primeiro semestre de 2023.
Em 2022, foi a vez da PAR32, uma área de aproximadamente 6,6 mil m², destinada à movimentação de carga geral, em especial açúcar ensacado. O espaço já conta com estrutura, no berço de atracação 205. O prazo de arrendamento é de 10 anos, prorrogáveis a critério do poder concedente. A empresa vencedora foi a FTS Group, com arremate de R$ 30 milhões.
“Encerramos estes quatro anos com um balanço muito positivo na regularização de áreas portuárias no Estado e começamos o ano com novos processos em andamento”, comentou Luiz Fernando.