Porto de Salvador completa 110 anos com expectativa de novos negócios

Aprovação do PDZ traz novas oportunidades para o complexo baiano

O Porto de Salvador (BA) completa neste sábado (13) 110 anos de existência. E com a aprovação do Ministério de Portos e Aeroportos, em janeiro deste ano, do novo Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do complexo, a Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), que administra o ativo, espera que novas oportunidades de negócios se viabilizem.

“Isso porque o documento é o instrumento de planejamento operacional da Autoridade Portuária que contém estratégias, zoneamento, projetos e ações para a expansão e desenvolvimento do porto de forma integrada ao desenvolvimento regional”, ressalta a diretora-presidente interina do órgão, Ana Paula Calhau.

Em relação a investimentos que estão sendo feitos na melhoria da infraestrutura do porto, Ana diz que são cerca de R$ 35 milhões aplicados para este fim.

Um dos trabalhos é a requalificação da pavimentação, que está sendo feita para reforçar o pavimento e suportar as cargas que são operadas atualmente no porto. Esta obra contempla também a adequação da rede de drenagem e a implantação do sistema de esgotamento sanitário.

A presidente cita ainda que já está em andamento a reconstrução do armazém 3, que pegou fogo em abril do ano passado, enquanto armazenava uma carga de celulose. O fogo comprometeu 25% da estrutura do equipamento.

Há também trabalhos para recuperar o cais alargado, portarias e uma reforma no segundo andar da sede da Codeba.

Ana destacou a presença do terminal de passageiros de navios cruzeiros, arrendado para a empresa Contermas. Segundo ela, na última temporada (outubro/2022 a abril/2023), foram realizadas 77 escalas de navios que contabilizaram a passagem de mais de 200 mil passageiros no período, impactando diretamente a economia local.

Recordes

A Codeba, que administra também os portos de Aratu e Ilhéus, tem registrado recordes de movimentação nos últimos anos. Em 2022, a companhia bateu recorde de faturamento com o total de R$ 215,4 milhões, sendo a maior receita da história.

E o Porto de Salvador teve um papel expressivo nesse resultado, sendo o responsável por 42% da movimentação da companhia. Foram mais de 5,25 milhões de toneladas de cargas, com destaque para a produtividade de aproximadamente 38 contêineres por hora.

Atualmente, há possibilidade de novos leilões para arrendamento de áreas dos portos baianos, mas sem data específica. Uma delas, já qualificada no Programa de Parcerias de Investimento do Governo Federal (PPI), está no Porto de Salvador. É uma área de aproximadamente 34.519 m², dedicada à movimentação e armazenagem de contêineres e carga geral.

Tecon Salvador

A partir de julho deste ano, o Tecon Salvador, que é operado pelo Grupo Wilson Sons, no Porto de Salvador, passará a atuar com um cais expandido e expectativa de aumento no volume de cargas movimentadas.

Isso porque será concluída a obra que duplicou os berços dos cais Santa Dulce dos Pobres e Água de Meninos, que agora, juntos, somam 800 metros de comprimento, o que permite ao Tecon Salvador operar os maiores navios porta-contêineres que navegam pela costa brasileira atualmente, chamados de New Panamax com cerca de 366 metros de extensão. 

Nesta fase da obra, os investimentos injetados entre 2018 a 2020 foram de R$ 443 milhões. Além da duplicação, foi feita a pavimentação de 30.800 m² de retroárea adicionais e a ampliação do calado no berço para 16 m de profundidade.

Após as últimas intervenções, a capacidade de receber carga em pátio saiu de 430 mil TEU (medida equivalente a um contêiner de 20 pés) para 553 mil por ano. A previsão é de ampliar essa capacidade para 925 mil TEU até 2034, quando se completa o quarto ciclo de investimentos e sua terceira expansão.